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55 Canções de Sérgio Godinho

Rei Lagarto

Sérgio Godinho 

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Sinopse

Foi há tantos anos que ainda me lembro: adolescente, eram livros como este que me levaram a experimentar as primeiras (e rudimentares) formas de escrita; e, desde aí, nunca me têm largado. Ou seja, tenho-os à mão e eles têm-me à perna.

O acesso prático aos mecanismos que outros usaram para criar (ou criaram para usar) nunca deixou de me trazer luzes e dicas importantes, neste ofício intermitente da feitura de canções.

Imitamos, transformamos, inventamos, emperramos e solucionamos, mas nunca a partir do nada — há sempre, num ponto de partida, de percurso ou de chegada, o que nos foi sugerido por outros saberes. Com livro ou sem livro.

Mas é destes manuais que falamos: sabemos como em Portugal, são ainda, infelizmente, aves raras. Começam agora algumas a pousar, e serão cada vez mais bem-vindas.

Que prenda para todos que praticam estas coisas, ter um dia acesso a toda a música portuguesa (enfim, não exageremos) neste formato, ou formatos afins. Estatisticamente, o meu contributo passaria a ser muito menor, e eu com isso no maior contentamento.

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Autor

Sérgio Godinho 

Sérgio Godinho nasceu no Porto e aí viveu até aos vinte anos, altura em que saiu de Portugal. Estudou Psicologia em Genève durante dois anos, antes de tomar a decisão «para a vida» de se dedicar às artes. Foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960. Gravou em 1971 o seu primeiro álbum, Os Sobreviventes, seguido de mais de três dezenas de registos discográficos. Sérgio Godinho é um dos músicos portugueses mais influentes dos últimos cinquenta anos. Sobre si próprio disse: «Não vivo se não criar, não crio se não viver. Essa balança incerta sempre foi a pedra-de-toque da minha vida.» O seu percurso espelha, precisamente, essa poderosa interação entre a vida e a arte. Voz polifónica, Sérgio Godinho levou frequentemente a sua escrita a outras paragens. Guiões de cinema (Kilas, o Mau da Fita), peças de teatro (Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles!), séries de televisão, histórias infantojuvenis (O Pequeno Livro dos Medos), poesia (Palavras São Imagens São Palavras), crónicas (Caríssimas Quarenta Canções), entre vários exemplos. Estreou-se na ficção com Vidadupla, um conjunto de contos publicado em 2014, a que se seguiram os romances Coração Mais Que Perfeito e Estocolmo.


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