A presença cristã-nova no concelho de Idanha-a-Nova foi muito significativa no contexto criptojudaico beirão e Monsanto foi a segunda localidade idanhense que estes judeus secretos escolheram para viver. Monsanto foi vítima de três visitações persecutórias de “hereges”, sobretudo judaizantes: a primeira, do bispado da Guarda em 1572; as duas seguintes, da Inquisição de Lisboa, em 1579 e 1618. Em 1572, nove membros da família Rodrigues foram presos, só escapando uma filha, que conseguiu fugir. Em consequência, nenhum criptojudeu monsantino foi preso em Monsanto até 1703, apesar de alguns o terem sido noutras localidades onde se tinham refugiado da perseguição inquisitorial.
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Jorge Martins
Jorge Martins, nascido em Lisboa (1953), é doutorado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com uma tese sobre os judeus portugueses (2006). Autor de manuais escolares, obras de ficção e ensaio, designadamente estudos judaicos e inquisitoriais, temática a que se tem dedicado nos últimos 24 anos, sobre a qual publicou os seguintes livros: O Senhor Roubado, a Inquisição e a Questão Judaica, (2002); O Sacrilégio de Odivelas (teatro), (2003); Portugal e os Judeus, 3 vols., (2006); Breve História dos Judeus em Portugal, (2009); A República e os Judeus, (2010); Maria Gomes, Cristã-nova, 117 anos: a mais idosa vítima da Inquisição, (2012); Manteigas, Minha Pátria: os cristãos-novos de Manteigas, vol. II, (2015); A Inquisição em Ourém,(2016); O Judaísmo em Belmonte no Tempo da Inquisição, (2016); A Confitente (ficção histórica), (2019); Portugal e os Judeus, nova edição, (2021); Os Pessoa na Inquisição. As origens judaica e fidalga de Fernando Pessoa, (2022); A Comunidade Criptojudaica de Monsanto,(2022).
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