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A Farsa de Inês Pereira - (a partir de Gil Vicente)

Textos de Teatro

Pedro Penim

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Sinopse

Pedro Penim parte de Gil Vicente para se debruçar sobre as raízes profundas de uma certa portugalidade.
    Em 2023, passam 500 anos sobre a primeira apresentação de Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, no convento de Tomar, perante o rei D. João III. A peça foi escrita no auge da produção dramatúrgica do autor e tentava dar resposta às acusações de plágio de algumas peças estrangeiras, de que Gil Vicente vinha sendo vítima. O relato cómico que dá conta das desventuras de uma moça quinhentista, que desafia o poder familiar e a mentalidade medieval dominante na sociedade portuguesa do século xvi, seria depois considerada a mais perfeita das obras do «fundador do teatro português», desfazendo assim dúvidas sobre o seu talento e originalidade. Quinhentos anos depois, Pedro Penim reescreve o original vicentino e transforma-o numa obra do nosso tempo. Este espetáculo é o terceiro de uma trilogia dedicada à família, iniciada com Pais & Filhos, em 2021, a que se seguiu Casa Portuguesa, em 2022. Na senda destas obras, A Farsa de Inês Pereira de 2023 lança o seu olhar cáustico sobre alguns alicerces da sociedade contemporânea, nomeadamente o trabalho, a sexualidade e o núcleo familiar.

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Autor

Pedro Penim

Pedro Penim (n. 1975 em Lisboa) é encenador, ator e dramaturgo.

O seu trabalho estende-se também à programação, às conferências, à tradução e ao ensino, e já foi apresentado em diversos festivais e temporadas por todo o território português, bem como em diversos países da Europa, América do Sul, Ásia e Médio Oriente. É licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema e tem um mestrado em Gestão Cultural pelo ISCTE. Fundou, em 1995, o coletivo Teatro Praga, companhia emblemática da criação teatral portuguesa contemporânea, com a qual estreou mais de 50 espetáculos, tendo sido agraciado com diversos prémios.

Em 2013, fundou o espaço cultural Rua das Gaivotas 6, em Lisboa, projeto essencial na capital, que acolhe criações de novos artistas, à margem do convencional. O seu trabalho como encenador em nome individual parte habitualmente de aspetos biográficos e tenta complexificar diversos eixos do jogo entre a realidade e a ficção, e hibridizar elementos factuais e teatrais. Como dramaturgo, assinou textos representados em português, inglês, francês, italiano e hebraico, destacando-se as peças Doing It, Before, Tear Gas, Israel, Eurovision, a peça para rádio As Obras no Escuro e Pais & Filhos, a sua última criação, que se estreou no Teatro Municipal São Luiz em 2021.

Recentemente, a sua peça Before serviu de guião ao filme Past Perfect, de Jorge Jácome, integrado na seleção oficial da Berlinale 2019 e recipiente de diversos prémios internacionais de cinema. Fora do Teatro Praga, trabalhou em vários projetos internacionais de artistas e companhias como tg Stan – Bélgica (Point Blank, 1998-2001), Tim Etchells/Ant Hampton – Reino Unido (The Quiet Volume, 2012), Forced Entertainment – Reino Unido (Quizoola!, 2014-2019) e Lola Arias – Argentina (Mis Documentos, 2020). Em 2021, foi nomeado diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

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