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Sinopse
O nosso tempo mudou significativamente o perfil do intelectual público. E essa mudança é sobretudo a de uma assinalável perda de densidade de pronunciamento e de clareza de compromisso do intelectual na esfera pública. Sobram intelectuais explicativos, publicamente alinhados com o que está – ainda que reclamando-se de uma objetividade quimicamente pura – e escasseiam intelectuais questionadores, publicamente desafiadores de mudanças fundas de uma realidade injusta e discriminatória.
Carlos Pimenta era um intelectual público descontente, mas esperançoso, inconformado com uma economia e uma sociedade onde campeiam comportamentos de desvio a exigências de transparência e de honorabilidade essenciais. Assim mo apresentou o João Semedo, seu (e meu) companheiro de muitas inquietações e lutas. Para Carlos Pimenta, a luta contra a fraude e a corrupção não era a luta contra um desvio pontual, mas sim sistémico, porque o fraudulento não é simplisticamente o lado mau de uma coisa boa e pura, mas sim uma realidade instalada no modo de ser da economia e da sociedade e é nesse contexto que deve ser visto e combatido.
Do Prefácio de José Manuel Pureza
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