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A Jornada para Hidaspes

Pedro Chambel

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Sinopse

""O perdão

Jamais te perdoarei.

Agora que te revi

sigo embalado

pelo rasto da estrela do entardecer.

Perco a pele

salgada pelas águas

do mar de agosto

recortada nas costuras

pelos intempestivos oceanos.

Fugirei até chegar ao reino de Seth

ladeado por majestosas baleias

e sobrevoado pelas inclementes parcas.

É assim a vida na cidade onde nasci:

os homens passeiam abrigados dos perigos

celestes,

as mães perseguem destinos,

as pombas carregam o peso dos pecados

e as crianças partem à aventura com

o beneplácito das marés.”

É em Hidaspes que, em 326 a.C., Alexandre o Grande e o seu exército de macedônios, após atravessarem uma região cheia de monções e de monstros desconhecidos - como deveriam ser, aos olhos dos antigos, os elefantes do exército de Poro - conquistaram a imensa região da Índia, ponto de viragem para o domínio do subcontinente indiano e de toda a Ásia menor e médio Oriente.

Pedro Chambel resgata o evento épico e evoca a aura desta batalha ímpar. Em “A jornada para Hidaspes”, seu primeiro livro de poesia, Chambel reconstrói o iter da vida: ainda jovem, sair da própria vila, buscar a conquista, desbravar o incógnito, enfrentar desafios impossíveis, surpreendentes, inimagináveis. Terá valido a pena pagar o preço? Na solidão do conquistador, o poeta senta-se “no cimo do mundo” e espera “pelas canções marinhas” enquanto escuta “o choro das crianças”. Sua vida, tal como um navio,

“segue frágil / solta-se ao vento / ao arrepio da maré”. E embora o seu destino seja a

conquista, prossegue “náufrago e sem perdão divino / nas viagens que faço por oceanos

e rios sem memória”. Como Pedro escreve, na batalha da vida, por vezes parece que

perdemos “o barco de novo e de novo” e a “esperança num destino venturoso / é uma

quimera sem futuro”. Nesta jornada poética, o leitor percebe que não há vitória à vista, e

que apenas “Seguimos / até ao dia / em que decidimos tocar nas mãos / que aladas nos

perseguiam”.


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Autor

Pedro Chambel

Pedro Chambel, nasceu em Lisboa em 1961. É licenciado em História, mestre em História Medieval e doutor em História Cultural e das Mentalidades da Idade Média. É atualmente investigador do Instituto de Estudos Medievais da F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa e editor da revista Medievalista. Publicou vinte e um discos de música entre obras a solo e em colaboração.

Em 2019 publicou o seu primeiro romance, Marés de Setembro (ed. Gato-Bravo). Publica regularmente artigos de História em revistas nacionais e internacionais. O interesse pela poesia nasceu em finais dos anos setenta do século XX quando descobriu a poesia portuguesa produzida desde os anos quarenta do mesmo século. Autores como Herberto Helder, Eugénio de Andrade, Ruy Belo, Mário Cesariny ou Jorge de Sena, entre muitos outros, passaram a ser companhias constantes de releituras atentas, a que se juntaram depois autores de outras latitudes e outros de mais recentes anos. Será porém um erro pensar que, de algum modo, surgem reminiscências dos poetas nomeados nestes textos que aqui se editam. Eles foram os detonadores de um gosto por um género literário que apaixonou o autor e que não mais o abandonou.

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