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Sinopse

O fenómeno da marginalia pessoana, as formas que assume e a intenção que lhe está inerente é o tema deste trabalho, que pretende não só dar a conhecer a intensidade emotiva que caracterizou o processo de leitura de uma vasta biblioteca, como mostrar que as anotações de cada livro são um elemento valioso para a construção de uma identidade literária e que tornam possível aceder aos processos mentais do leitor / anotador em que Pessoa se tornou e aos momentos de interação com os autores de cada exemplar lido.
A análise exaustiva da marginalia de Fernando Pessoa nos livros da sua biblioteca poderá provar-se como um auxílio precioso para a reconstrução dos percursos de leitura do poeta, já que os pensamentos expressos nos diversos volumes anotados apresentam preocupações estéticas e literárias que este manifestaria ao longo da vida na sua própria produção textual.
Com este trabalho pretende-se também reconstituir algumas experiências pessoais de uma memória literária e intertextual, demonstrando a intensidade emotiva que caracterizou o processo de leitura dinâmica que Pessoa realizou e apresentando este autor como pensador e interlocutor de cada livro que lia e anotava e como construtor de um percurso de raciocínio e reflexão que foi evoluindo ao longo do tempo e determinou a sua progressão como homem e artista.

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Autor

Maria do Céu Estibeira

Doutorada em Estudos da Literatura e da Cultura pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Mestre em Literatura Comparada e Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (variante Português/Inglês). Membro da equipa "Estranhar Pessoa" (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa) e do IELT (Instituto de Estudos de Literatura e Tradição - FCSH - Universidade Nova de Lisboa).

Professora do Ensino Básico e Secundário e do Ensino Superior; formadora de Professores (Universidade Nova de Lisboa).

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