Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
- Categorias:
- Ano: 2020
- ISBN: 9789896899134
- Número de páginas: 156
- Capa: Brochado
Sinopse
Na primeira metade do século XX, em Portalegre, António é um homem comum, canastreiro de profissão, habitando nas Covas de Belém com a sua mulher e seus doze filhos, que vai fazendo a sua vida igualmente comum, sem história alguma vez contável por via erudita; ao mesmo tempo, assistimos ao quotidiano da cidade dita “branca”, num registo oposto à mítica “Toada de Portalegre”, porque a cidade cresceu também sem poesia. É desse mundo longe dos olhares idílicos dos poetas que se dá a conhecer a vida real de quem também construiu a cidade com suor, fome, trabalho duro e com pouca indulgência. António teve doze filhos bons, mas ele conseguiu ser um exemplo de um homem mau e é também a história da construção dessa maldade genuína, sem dissimulações nem jogos de poder, que podemos perceber em todos os locais da cidade e do campo em volta de Portalegre. Ao mesmo tempo, este é também um romance histórico, em que precisamente a cidade de Portalegre é a protagonista. A Portalegre de Régio é a que todos guardam na memória, mas esta memória não tem nada a ver com aquilo que foi a vida real na cidade durante a Ditadura. Por isso, este romance é sobre a cidade de que Régio nunca falou. Por aqui passaram reis e ditadores da Nação e escritores como Fernando Pessoa, e deles se dará notícia romanceada, mas é o povo, esse anti-herói da vida real que toma o palco quase sempre, mostrando o seu saber sem vaidade, a sua linguagem vernácula, a sua fome e a sua sobrevivência sem desculpas, porque mesmo os homens maus podem conseguir morrer com dignidade.
Ler mais