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Sinopse

Annemarie Schwarzenbach representa de forma plena a angústia existencial e a falta de esperança que a sociedade e a cultura europeias sofreram entre as duas guerras mundiais. A sua vida foi marcada pela "viagem", temperada por um jornalismo aventureiro e errante, ora consciência do mundo, ora reflexão interior, e ao mesmo tempo pela procura da literatura como resposta.

Para lá do mito ou da recuperação romântica da sua personalidade, interessa-nos o significado da sua vivência, a compreensão, através da sua obra, de uma época em que o pensamento cultural e artístico foi mais violentamente confrontado com as suas premissas de paz e esperança. As décadas de 30 e 40 apresentam a mais intensa, mas também a mais angustiada, expressão cultural de todo o século XX. Os exemplos de figuras determinantes para o pensamento moderno que foram assoladas pelo exílio, a perseguição, a prisão e até a morte abundam na cultura europeia deste período.

A obra fotográfica de Schwarzenbach é o objecto central deste projecto, que a traz para o centro e não a trata como o elemento acessório ou meramente ilustrativo das reportagens ou até dos textos literários da autora. As imagens que Schwarzenbach foi produzindo nas suas viagens e ao longo da sua vida gizam trajectos marginais de entendimento da fotogra54 fia, muitas vezes de forma completamente solitária. A sua fotografia, tal como a sua obra literária, não se enquadra em nenhum género, não segue nenhum movimento, é difícil de catalogar; por essa razão, deve ser analisada não de um ponto de vista meramente estetizante, mas no seu sentido plural, dialogante com as manifestações antropológicas, sociais, e filosóficas que estiveram na sua origem.

A imagem teve, desde sempre, uma presença marcante na vida de Schwarzenbach, e a sua infância foi certamente influenciada pela paixão que a mãe, Renée, dedicou à fotografia, compilando álbuns detalhados sobre a vida familiar1.

Para além disso, a fotografia é também o testemunho do significado singular que a viagem representa para a autora. As suas imagens revelam-nos a "prática da errância", no sentido em que a viagem já não é entendida como "um acto triunfal, mas uma metamorfose". "Viajar questiona os nossos hábitos burgueses: é uma forma, consciente ou inconsciente, de realizar a revolução em si."

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Autor

Emília Tavares

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