Édouard Dujardin

Édouard Dujardin (1861-1949) foi um escritor francês. Dramaturgo, poeta, romancista e ensaísta, é hoje considerado o «pai» do monólogo interior.

Filho único de um capitão da marinha mercante, Dujardin cedo herdou a fortuna paterna e viveu em Paris a vida de um dandy. Com essa herança patrocinou a produção de duas peças de teatro da sua autoria, publicou em jornais e revistas, e ficou associado, desde cedo, ao movimento simbolista.

Viveu uma vida luxuosa, sendo ao mesmo tempo frequentador da alta sociedade e dos círculos artísticos. São-lhe conhecidas dezenas de relações com algumas das mulheres mais belas do seu tempo, como actrizes, manequins e modelos. Envolveu-se igualmente com jovens artistas mulheres das mais diversas áreas cuja formação ajudou a financiar.

Com o esmorecimento do simbolismo e o surgimento de outras correntes finisseculares e, pouco depois, modernas, Dujardin e a sua prolífica obra vão caindo no esquecimento. No começo do século XX, com a Primeira Guerra Mundial, Dujardin tinha gasto boa parte da sua fortuna. Mantém-se literariamente activo, mas a crítica literária ignora-o.

Só em meados dos anos 20, devido à confissão de James Joyce e à promoção do seu tradutor, Valéry Larbaud, ganha um novo reconhecimento. Ainda assim, o meio literário tinha bastante resistência em admitir um «fóssil» como inspirador de uma das maiores revoluções artísticas da modernidade. Dujardin não se envolveu na discussão e apenas em 1931, quando a polémica estava esquecida, publicou um ensaio literário em que compara o seu estilo e a sua intenção com o de Joyce.

Morreu em 1949, aos 88 anos. Esta é a primeira tradução da sua obra fundamental em língua portuguesa.