Luísa Ramos
Sempre amei a escrita. Cedo percebi que sabia equacionar estórias com sabor a Fel e/ou a Amor.
Cursei Letras, e licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Lisboa – Universidade Clássica.
A visão nunca me confundiu e, por isso, joguei com as palavras e fiz delas atrizes, em cena. Pintei quadros humanos com aguarelas multicolores e falei deste espaço que é de todos nós (mundo). Contei (cantei) este cosmo onde a fealdade fez casa e tentei – através da escrita – que o Homem parasse para pensar. No dia 13 de maio de 2000, nascia o meu primeiro livro, uma cantata de angústias exploradas em verso simples. Dei-lhe o nome Encontrei-me. Mas a vontade de continuar a dizer o que via, sentia e auscultava, era de tal ordem forte, que acabei por, a 9 de dezembro do mesmo ano, colocar uma panóplia de versos ao serviço da minha cidade natal, Lagoa, Musa Poética. Em 2002, publiquei um conto, Enquanto a Música Se Chamar Mar e Saudade, onde decalquei a preocupação com a falta de justiça no mundo, que é nosso. Utilizei depois a web e escrevi crónicas (reflexões e ensaios) e hoje – cansada, mas feliz – quero continuar a «gritar», que o mundo não se pode perder atrás de ideais desmedidos.
Há 40 anos a viver em Almada e professora de Português, tenho o gosto de ver voar os meus textos (da crónica ao romance, passando pelo conto) para as mãos dos leitores que, tal como eu, queiram parar para pensar, aquando da leitura do Mundo. Para isso, desço diariamente a escada íngreme da vida, e vejo tanta disforia, que acabo por pintar o papel com verdadeiras estórias de amor e ódio, onde não faltam o velho perdido, o pai vencido, a mãe esquecida e tantos outros protótipos da sociedade que é nossa.
Colaboro, sempre que possível, em Antologias Poéticas (Utopias e Enigmas com a chancela da Sinapsis, Vida e Morte e Arte/ Poesia, Edições Oz) onde digo o que sinto em prosa e/ou em verso.
Em junho de 2015, coloquei no mercado dois livros (ensaios/reflexões), que dizem muito de mim e das sensações que me habituei a utilizar, num baile literal com a escrita: Nas Brumas da Memória e Na Valsa da Vida, que tiveram a chancela da Chiado Editora. Em setembro de 2016 e da mesma editora, nasceu o romance Se Eu Te Quisesse.
Em 2016, fiz o prefácio para o romance A Redenção de Guadalest, de Maria Israel, Capitalbook, e ainda em 2016, e para o livro de memórias da Câmara Municipal de Castro Daire, Guerra Colonial/Silêncios Rasgados, de Lurdes Maravilha, elaborei também o respetivo prefácio. Em 2019, fiz o prefácio para Ao Sabor do Vento, de Jaime Lopes, e em maio do mesmo ano elaborei uma nota literária para A Sombra de Muitas Faces, de Lídia Praça.
Não esqueço que, em 2017, recebi o prémio novela do ano e que, em 2018, tive uma menção honrosa.
Se me dão licença, continuarei a gritar, que este vendaval de emoções dará frutos, não tarda!