Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles (1918‐2022) é uma das mais importantes ficcionistas da literatura brasileira, tendo-se destacado como romancista, contista e argumentista, áreas em que foi reconhecida com vários prémios ao longo do seu percurso, desde a publicação do primeiro livro de contos — com apenas 20 anos — até à atribuição do Prémio Camões em 2005. Dos vários géneros a que se dedicou, o conto foi sempre enaltecido como aquele em que o seu talento narrativo evidencia o seu fulgor e originalidade. Natural de São Paulo, aí cresceu, estudou, desenvolveu actividade jurídica e dirigiu a Cinemateca Brasileira, sempre de acordo com um firme entendimento interventivo da vida artística e cultural que a terá levado mesmo a projectar um Museu de Literatura Brasileira, com a colaboração dos muitos amigos escritores que sempre a acompanharam. Em 1985, amadrinhada por Rachel de Queiroz, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras. Partilha com Manuel Bandeira o dia de aniversário, 19 de Abril. A propósito da feliz coincidência, escreveu o poeta: «Salve o dia 19/ Onde nascemos os dois/ Eu, no século passado/ A Lygia um século depois.»