Maurice Blanchot

Maurice Blanchot (1907-2003) é considerado um dos mais inovadores e prestigiados escritores, críticos e filósofos do século XX francês.

Admirado por Sartre, Foucault, Levinas, Camus, Derrida ou Jean-Luc Nancy, entre muitos outros, Blanchot foi provavelmente um dos escritores mais inovadores e originais do século XX.

Os seus textos são geralmente desafios filosóficos criados por via da linguagem: é possível existir um sujeito neutro? Nesse caso, é possível existir uma narrativa conduzida por um personagem neutro?

Pouco se sabe sobre a vida sempre meticulosamente resguardada do autor. Estudou em Estrasburgo, onde conheceu Levinas e de quem se tornou amigo para a vida. Este último introduziu-o na obra de Heidegger, que marcou o início de um percurso intelectual para o autor. Nos tempos de juventude, envolveu-se nas grandes discussões políticas e intelectuais do seu tempo.

Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, as ideias políticas de Blanchot aproximam-no da extrema-direita mas, ao mesmo tempo, e durante a ocupação, salva imensos intelectuais de ascendência judaica da deportação, facto que, em 1944, o leva ao acontecimento que viria a mudar a sua vida, como confessou, pela primeira vez, 50 anos mais tarde: Blanchot foi levado perante um pelotão de fuzilamento nazi, que, por casualidade, falhou a sua execução.

Mais tarde, após o doutoramento na Sorbonne, Blanchot deu origem à maior parte das grandes discussões intelectuais do seu tempo por via dos artigos e da obra ensaística e literária que escreveu – Sartre disse, a propósito, que Blanchot era o crítico mais importante da actualidade, no que foi secundado por Foucault.

Blanchot publicou dezenas de obras divididas entre a ficção, o ensaísmo e a crítica. Toda a sua vida recusou prémios e distinções, bem como entrevistas ou retratos. As suas obras encontram-se traduzidas em mais de 40 países. Ainda hoje é reconhecido como um dos intelectuais franceses mais influentes.