Philippe Claudel

Philippe Claudel nasceu a 2 de Fevereiro de 1962, em Dombasle-sur-Meurthe, na zona da Lorena francesa, onde cresceu, estudou e ainda vive actualmente. Por alguns anos na adolescência, Claudel estudou em regime de internato, experiência infeliz, mas que lhe proporcionou um período de leitura intensa. Depois, em 1981, fez uma primeira passagem pela Universidade de Nancy, que frequentou com pouco entusiasmo, preferindo dedicar-se a outras actividades, como o desenho e a pintura, a escrita de contos e poemas, a participação em curtas-metragens, o montanhismo. Foi Dominique, a sua futura mulher, quem o inspirou a retomar os estudos, e Claudel regressou a Nancy, onde estudou Literatura Moderna, História da Arte e Cinema. Iniciou então a sua carreira de professor, dando aulas em escolas primárias, em escolas secundárias, em hospitais, em instituições para crianças com deficiência e no centro de detenção de Nancy. Em 1999, um encontro com o escritor francês, Jean-Claude Pirotte, animou-o a publicar o seu primeiro romance, Meuse l’oubli. No ano seguinte, saiu do prelo, Quelques-uns des cent regrets. Em 2003, o romance Almas Cinzentas conquistou o público, ganhou o Prémio Renaudot, e consolidou-lhe o estilo: o seu olhar incide especialmente nas pequenas comunidades, fora das grandes metrópoles; o tempo e o espaço permanecem difusos, embora num mundo que nos parece sempre próximo da realidade; foca-se no regresso às origens e no distanciamento do passado; aborda o difícil equilíbrio entre a inocência e a crueldade humanas. Estes são os primeiros de cerca de uma vintena de romances, e mais outra vintena de outros géneros — contos, novelas, guiões, peças de teatro, ensaios — que estão traduzidos um pouco por todo o mundo. Em 2001, Claudel concluiu o doutoramento em Literatura Francesa com uma tese notável dedicada ao poeta francês, André Hardellet (1911-1974) e, nesse mesmo ano, foi nomeado professor de Literatura e Antropologia Cultural na Universidade de Lorena. Em 2007, Claudel publica O Relatório de Brodeck, uma parábola sombria sobre a guerra, a xenofobia, e a memória, numa história sem espaço nem tempo definidos, mas que conseguimos claramente identificar, e onde se pesa à vez a faculdade de o homem renunciar à sua humanidade e a sua capacidade de sobrevivência. A par da escrita, Philippe Claudel é também cineasta e dramaturgo. Em 2024, foi eleito presidente da Academia Goncourt.