Ramón López Velarde
Ramón López Velarde (1888-1921), apesar da sua vida breve, foi um poeta que marcou decisivamente a fundação literária do México com uma poesia em que exprime as suas vivências locais, reflectindo o modo de vida do mundo rural e do mundo urbano a partir da sua própria experiência. Nasceu em Jerez de García Salinas, Zacatecas, filho de um advogado de Jalisco e de uma herdeira de uma família de proprietários. Frequentou durante dois anos o seminário, primeiro em Zacatecas, depois em Aguascalientes, mas abandonou essa vocação para seguir a carreira de advogado.
Colaborou em revistas, como Bohemia, passando de uma estética mais conservadora para uma escrita influenciada pelo modernista Amado Nervo. Durante a revolução mexicana apoiou as reformas de Francisco Madero mas a sua ligação ao Catolicismo impediu que fosse aceite numa carreira política. Em 1920 a chegada ao poder de Álvaro Obregón como Presidente, e a nomeação de José Vasconcelos como ministro da Educação, deram-lhe oportunidade de ganhar projecção, que só obteve postumamente com o poema «A Suave Pátria» que Obregón sabia de cor. Publicou em vida O Sangue Devoto (1916) e Sossobro (1919), com muitos poemas influenciados pelo amor de juventude, Josefa de los Ríos, e de maturidade, Margarita Quijano, nenhum deles correspondido. É o criador de uma poesia nacional e um dos poetas de referência do México.