Sándor Márai nasceu em 1900, em Kassa, uma pequena cidade húngara que hoje pertence à Eslováquia. Passou um período de exílio voluntário na Alemanha e na França durante o regime de Horthy, nos anos 20, até que abandonou definitivamente o seu país em 1948, com a chegada do regime comunista, tendo emigrado para os Estados Unidos. Um liberal acima de tudo, Sándor Márai tinha a plena convicção de que jamais poderia experimentar seu ideal de liberdade numa sociedade dominada pelo comunismo. A subsequente proibição da sua obra na Hungria fez cair no esquecimento quem nesse momento era considerado um dos escritores mais importantes da literatura centro-europeia. Foi preciso esperar várias décadas, até à queda do regime comunista, para que este extraordinário escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro. Márai sempre escreveu em húngaro e produziu a maior parte de suas obras no período entre 1928 e 1948. Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, na Califórnia, poucos meses antes da queda do muro de Berlim. Na sua trajectória literária fala das armadilhas do amor, da paixão, da vida, da dor, da decadência e da morte. Teve o seu olhar sempre voltado para todas as aventuras emocionais do homem. A força da literatura de Sándor Márai sempre esteve na sua descrença e na aceitação de seu destino.