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Sinopse

Quase duas décadas depois do seu livro de estreia, Divertimento de A. (2003), e de uma obra publicada constituída, com a agora lançada no mercado, por sete títulos que tornam patente quão consciente estava do seu caminho a escritora, desde início, Adriana Crespo regressa aos sonhos como matéria de imaginação criadora, ficção do real e verdade do vivido.

Um novo elo na “saga vital e amorosa”(palavras da autora) que, desde 1991, constitui o que a escritora designa Divertimento de A., substantivo que deve ser entendido também musicalmente: como género, como fio condutor, como variedade, como unidade plural. Unidade multivária de autores e de personagens mútuos dos livros uns dos outros, na sempre surpreendente e fascinante Aventurosa vida e fabulosas obras de F. de Riverday, Maria do Mar, Françoise M., Orlando I, António Pizarro e Artur B.

Como a própria autora o diz: Há escritores que escrevem poesia, outros prosa, outros teatro. Outros escrevem coisas que são difíceis de qualificar. Talvez de milénio em milénio se produza o acontecimento ou o dia triunfal que permita criar um novo género — a arma adequada a um novo instinto poético e a força própria de uma acção particular. A cada instinto uma força — a cada força uma linha de fuga.

*

O que são sonhos?
Como escreve A., espécie de monge, jardineiro, sombra e, acima de tudo, escritor de sonhos, não existem muitos caçadores de sonhos na sociedade actual.
Que força paradoxal tem um corpo que, dormindo, produz em vivo e com igual ou maior intensidade que a do dia-a-dia sensações, sons, cores, espaços, visões e enredos?
Podem ser inúmeras as nossas teorias e hipóteses de explicação. Mecanicistas, biológicas, filosóficas, niilistas ou outras. Mas nenhuma elidirá um facto. No sonho, o pensamento pensa. Qualquer coisa de infinito aqui.

*

Quem era A.?
Um coleccionador de brinquedos dos anos 10, estilo Art Nouveau, e de caixas de música. Aliás, um apaixonado por todos os brinquedos alguma vez feitos imaginados, fossem eles comboios de corda, soldadinhos de chumbo, carrosséis, ou corações de poetas. Um sincero admirador de todas as artes, fascinado e sombrio, introvertido e anti-social até ao exagero, sempre silencioso e taciturno. Uma espécie de monge, de jardineiro, uma sombra. Álcool evaporado diante da beleza, fosse um quadro de Mondrian ou uma nuvem deslizando no céu, saltitante e pequeno, estranho escritor dos seus próprios sonhos, colector dos escritos dos outros, esse era A., não interessa se homem se mulher, uma enigmática figura para sempre apaixonada pelo invisível brilho dos sons, quer da música, quer das palavras, e, segundo ele próprio, simplesmente A., porque uma única letra, acompanhada por um ponto, representava já um excesso em falar de si.

(A.C., de Notas sobre A., 2003)

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Autor

Adriana Crespo

1974, Lisboa Estudou Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde frequentou também o Programa em Teoria da Literatura. Doutorou-se em Filosofia (2013), sob a orientação de José Gil, com uma tese sobre a relação entre arte e corpo, intitulada "A Necessidade da Arte". Actualmente participa na linha de investigação Literatura e Música, do grupo THELEME, no Centro de Estudos Comparativistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Escreve no blogue 'Zipling Zeppelin' desde 2014 e dá aulas de piano desde 1998. Obras publicadas: "Divertimento de A." (2003, Indícios de Oiro) Prémio IPLB para Novos Autores "O Elogio da Leveza, de Maria do Mar" (2008, Corpos Editora) "Colagens e Ready-Mades, de Orlando I" (2009, Corpos Editora) "Carpe Diem, Nuvem, de Françoise M." (2017, Edições Sem Nome) "Azul e Vermelho, Odes de Maria do Mar" (2018, Edições Sem Nome) "Alma de Rapariga, Diário de F. de Riverday" (2019, Edições Sem Nome) "Borboleta, borboleta - Sonhos de A." (2021, Edições Sem Nome)

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