A educação é parte de um projecto político através do qual as gerações adultas tentam planear e construir o futuro da sociedade e do mundo em geral. Assim, qualquer reflexão relacionada com o que deve ser o trabalho escolar, o planeamento e o desenvolvimento do currículo, obriga-nos a reflectir sobre o significado do conhecimento que é seleccionado como obrigatório para ser ensinado nas escolas e as razões que estiveram na base da sua escolha; algo que exige uma análise prévia acerca a actualidade e das funções desempenhadas pelos conteúdos que, até ao presente momento, se têm vindo a considerar como imprescindíveis ao currículo escolar. Neste sentido, é preocupante a estratégia com que cada governo elabora as novas listas de conteúdos obrigatórios para os diferentes níveis de ensino do sistema educativo, sem a realização de qualquer estudo prévio, ou, pelo menos, sem tornar públicas as razões pelas quais se substituem determinados conteúdos.