Este é o livro inaugural de uma coleção que intitulámos de Estudos de Economia Social destinada a contribuir para a divulgação e aprofundamento dos temas em debate no âmbito do setor.
A escolha deste livro, com incidência na temática cooperativa e mutualista, deve-se ao facto de 2012 ter sido declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) Ano Internacional das Cooperativas. Obrigado a Edgar Parnell pelo seu contributo, através desta obra, para um melhor conhecimento de uma realidade que, apesar da sua real importância na economia e sociedade, tende a ser subalternizada.
O que na verdade esta coleção representa é a assunção da responsabilidade, em conformidade com as atribuições e competências da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) de participar, de forma ativa, nos processos de mudança que o próprio setor da economia social reclama e a presente situação de crise suscita. No seu conjunto a economia social, em Portugal, é composta por mais de 50.000 organizações, constituíndo uma rede, densa e diversificada, implantada em todo o território nacional, constituindo-se como um poderoso movimento que gera emprego e coesão social, criando riqueza e exercendo um papel preponderante, real e potencial, no fomento da integração social e da regeneração de territórios que têm vindo a ser esvaziados de população e de equipamentos.
O que nos move é o objetivo de promover, em simultâneo, o amadurecimento do movimento associativo, aglutinando energias na diversidade da economia social, densificando o debate, estimulando a academia, formando os práticos, entrosando os protagonistas, criando sinergias entre os mundos do saber e do fazer, abrindo portas à renovação de ideários sem perda de fidelidade a valores e princípios distintivos, em suma, contribuindo para fazer mudança.
Assumimos, de forma consciente, a necessidade e urgência de estruturar um debate alargado acerca do papel e futuro da economia social no qual participem os protagonistas das organizações que a integram, audível em toda a sociedade portuguesa, tendo em vista promover o seu reconhecimento a todos os níveis e a sua projeção externa com especial incidência no mundo lusófono.

Lisboa, 11 de Abril de 2012 | Eduardo Graça | Presidente da Direção da CASES