Nesta Crónica dos Novos Feitos da Guiné a ficção interliga-se com a realidade. O cruzamento de culturas está bem presente, com algum humor e um interesse muito especial pela situação da língua portuguesa em África, abordada de uma maneira original, no ambiente dos variados cooperantes na República da Guiné Bissau. A "novela", se assim a podemos designar, inclui aquelas situações anedóticas e absurdas que António Ferra mostrou já na sua obra dramática infantil. Por outro lado, existem preocupações de análise pedagógica que podem entrever-se no texto, através da denúncia de circunstâncias locais que enquadram situações de ensino vividas naquele país.Numa espécie literária próxima da "crónica", com reminescências e alusões aos velhos cronistas portugueses, dá continuidade a uma tradição literária de auto-ironia.

As histórias do Oliveira, do Tomazinho ou do Machado podem ser o retrato de muitos portugueses e guineenses que se repartem entre o "24 de Setembro, o Sheraton, a pensão da dona Berta, o mercado do Bandim..."