As transformações do mundo actual têm causado uma crescente dificuldade às famílias para assegurar os cuidados aos seus elementos mais vulneráveis. Em resultado, a prestação dos cuidados às pessoas está cada vez mais institucionalizada e massificada. Apesar desta tendência social, muitos são os familiares que ainda garantem o acompanhamento dos seus entes queridos no domicílio vivendo por vezes um dia-a-dia penoso, solitário, muito exigente e pouco reconhecido socialmente. Esta análise explora o que poderá estar na base das escolhas (ou não) para cuidar da família. O cuidar familiar emerge como intimamente relacionado com o desenvolvimento individual e, assim sendo, é urgente repensar sobre o sentido deste cuidar e a importância que poderá desempenhar no desenvolvimento das sociedades. A compreensão das dinâmicas dos cuidados na família é uma competência importante não só para enfermeiros ou outros profissionais de saúde mas também para todos aqueles que aceitaram o papel/compromisso de cuidadores.