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Direito Penal - Parte Geral - A Teoria Geral da Infracção como Teoria da Decisão Penal

Maria Fernanda Palma

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Sinopse

Prefácio da 5ª edição

Esta nova edição acrescenta uma referência que me pareceu pertinente sobre as relações entre a causalidade científica e a teoria geral da infração criminal, a propósito da utilização pela doutrina penal das fórmulas INUS e NESS, uma discussão com algumas décadas e que para alguns autores terá produtividade na metodologia da resolução dos casos de imputação objetiva.
Este livro não diferencia, propositadamente, o plano científico do pedagógico, embora procure sínteses que tornem mais comunicativa a apresentação da discussão teórica. Mantém-se, nesta edição, uma concentração nos aspetos nucleares das questões versadas e o estímulo a um pensamento radicado no problema e orientado para soluções efetivas fundamentadas.

ÍNDICE

§ 1º - O sistema de análise do conceito de crime e a decisão sobre a imputação de responsabilidade
A - Introdução: a definição de crime
B - Desenvolvimento: as teorias sobre a definição de crime e a ideia de sistema
C - A teoria geral da infração e as questões primárias de uma teoria da decisão sobre a responsabilização penal. Proposta metodológica

§ 2º - A ação
A - A ação como limite de responsabilidade e pressuposto geral da responsabilidade penal
B - Os comportamentos inconscientes e os automatismos. Responsabilidade penal e complexidade crescente da ação social

§ 3º - A relevância penal da omissão e os limites do juízo de imputação penal

§ 4º - O comportamento típico
A - A tipicidade da ação: sentido e função
B - Tipo de crime, tipo de garantia, tipo de ilícito, tipo de culpa
C - Os elementos da estrutura dos tipos legais de crime e os tipos de tipicidade
D - Critérios gerais de delimitação e interpretação da tipicidade: a adequação social e o risco permitido
E - O tipo objetivo e o tipo subjetivo e a conjugação do desvalor do resultado com o desvalor da ação

§ 5º - A imputação objetiva (a tipicidade objetiva)
A - Noção de imputação objetiva
B - As teorias da causalidade
C - A teoria do risco
D - A imputação objetiva como atribuição de eventos típicos subordinada aos critérios sociais de domínio ou competência relativamente a certos bens
E - A Metodologia da decisão na matéria da causalidade / imputação objetiva

§ 6º - A imputação subjetiva (a tipicidade subjetiva)
A - O dolo no juízo de imputação subjetiva. Dolo e problemática do risco. Os elementos do dolo (elemento intelectual elemento volitivo)
B - A decisão criminosa nas figuras do dolo direto, necessário e eventual
C - Os critérios tradicionais de distinção entre dolo eventual e negligência consciente e a teoria da vontade
D - A possibilidade de utilização de uma conceção extrovertida da vontade na figura do dolo eventual e a metodologia de distinção segundo tal perspetiva
E - A necessidade de uma específica relevância de culpa do dolo eventual
F - Erro sobre a ilicitude, inimputabilidade e dolo eventual
G - O dolo eventual e a contraposição entre o eu e o outro, na linguagem humana
H - Da análise do problema à experiência jurisprudencial
I - Dolo e elementos subjetivos da ilicitude
J - Dolo e "preterintencionalidade" - crimes dolosos e crimes agravados pelo resultado
L - Erro e dolo. Novas construções do elemento intelectual do dolo e a doutrina do erro
M - O objeto do dolo e o conhecimento dos elementos do tipo. Os elementos descritivos e os elementos normativos
N - Espécies de erro: o erro sobre a factualidade típica e o erro sobre a ilicitude
O - Espécies de erro sobre a factualidade típica. O erro relevante e o erro irrelevante para a exclusão do dolo
P - O erro sobre proibições legais e elementos normativos do tipo. O problema do erro em conexão com as normas penais em branco
Q - Análise dinâmica do dolo como problema constitutivo da imputação subjetiva. A prova do dolo

§ 7º - Ilicitude e justificação
A - A ilicitude como elemento do conceito de infração criminal e juízo de valor na decisão penal. A ilicitude como desvalor da ação e do resultado
B - A exclusão da ilicitude ou justificação do facto como momento essencial do juízo de ilicitude

§ 8º - A estrutura normativa da justificação. Sistemas de justificação em conexão com a unidade do ilícito ou com um ilícito estritamente penal
A - A perspetiva lógico-normativa sobre as causas de justificação
B - A perspetiva de uma exclusão da ilicitude estritamente penal. As teses de Günther. Crítica
C - Sistema penal bidimensional ou pluridimensional: a relação entre a exclusão da dignidade punitiva e a função da prova da legítima defesa

§ 9º - Justificação em Direito Penal: o sentido material da exclusão da ilicitude e sua distinção da exclusão da culpa. Conceitos de justificação
A - A investigação de um sentido material de justificação em Direito Penal, a partir da linguagem da ação. da linguagem da moral e do pensamento jurídico
B - As fontes da justificação. A aquisição de princípios gerais de justificação que definam a justificação em sentido material. A inteipretação do artigo 31° do Código Penal

§ 10º - Causas de justificação do facto
A - Legítima defesa
B - Direito de necessidade
C - Conflito de deveres
D - O consentimento do ofendido
E - O consentimento presumido
F - O sentido da justificação no Direito Penal e as causas de justificação supra-legais

§ 11º - Elementos subjetivos das causas de justificação
A - Os contextos sistemático, ético e ontológico do problema da relevância dos elementos subjetivos das causas de exclusão da ilicitude
B - O conceito ontológico mínimo de ação justificada como base da causa de justificação: o caso expressivo da legítima defesa
C - Problemática geral da relacionação do fundamento de uma causa de justificação com a exigência de elementos subjetivos: o caso do fundamento da legítima defesa
D - A delimitação do conteúdo e intensidade do elemento subjetivo em função da causa de justificação e dos seus fundamentos. Consequências da não verificação dos elementos subjetivos nas causas de justificação a partir do caso da legítima defesa

§ 12º - O erro sobre as causas de justificação

Bibliografia

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Autor

Maria Fernanda Palma

É Professora com agregação da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em 1992, leccionando e coordenando as disciplinas de Direito Penal e Direito Processual Penal, no Curso e no Mestrado. Regeu Direito Penal na Faculdade de Direito da Universidade Lusíada e orientou por várias vezes o Mestrado em Ciências Jurídico Criminais. Pertenceu à Comissão Instaladora da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Regeu, durante vários anos, naquela Faculdade a disciplina de Filosofia de Direito. Foi perita da ONU para o Direito Penal do Ambiente. Foi membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia. É membro, desde 2003, do Consejo Asessor do Anuario Iberoamericano de Justicia Constitucional. É Advogada, com a inscrição suspensa na Ordem dos Advogados. É Juíza do Tribunal Constitucional, eleita pela Assembleia da República em 1994 e, de novo, em 1998. Foi condecorada pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante em 1995 e pela Câmara Municipal de Oeiras com a respectiva medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, em 1997, pela sua carreira universitária e jurídica. Da sua bibliografia constam: A justificação por legítima defesa como problema de delimitação de direitos, 2 volumes, 1990; “Problema do concurso de circunstâncias qualificativas do furto”, Revista Portuguesa de Ciência Criminal, ano I (1991), nº 2, p. 259 e ss.; “Princípio da aplicação retroactiva da lei (penal) mais favorável e alteração de prazos prescricionais no direito de mera ordenação social: comentário ao acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 24 de Abril de 1991”, em Fisco, ano 3, nº 34 (Setembro de 1991), p. 25 e ss.; “Responsabilidade política e responsabilidade penal”, Sub Judice  Justiça e sociedade, nº 6 (Maio Agosto 1993), p. 5 e ss.; “O crime de burla no Código Penal de 1982-95” (com a colaboração de Rui Pereira), Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, vol. XXXV (1994), p. 321 e ss.; “Projecto de Estatuto Disciplinar dos Alunos da Univer-sidade de Lisboa” (com a colaboração de Rui Pereira), Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, vol. XXXV (1994), p. 501 e ss.; “Direito Penal do Ambiente”, em Direito do Ambiente, publicação do INA, 1994, p. 431 e ss.; “A constitucionalidade do artigo 342º do Código de Processo Penal (O direito ao silêncio do arguido)”, Revista do Ministério Público, ano 15, nº 60 (Out. Dez. 1994), p. 101 e ss.; Direito Penal – Parte Geral, 2 vols. (em curso de publicação), 1994 2002; “Violência contra as Mulheres, Direitos Humanos e Direito Penal”, publicação da Secretaria de Estado da Justiça, 1995; “Aspectos penais da insolvência e da falência: reformulação dos tipos incriminadores e reforma penal”, Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, XXXVII (1995), p. 401 e ss.; “O problema fundamental proposto: A estratégia de protecção dos direitos no feminino”, em Portugal e a 4ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres, publicação da Secretaria de Estado da Justiça, 1995; “Novas formas de criminalidade: o problema do Direito Penal do Ambiente”, em Estudos Comemorativos do 150º aniversário do Tribunal da Boa Hora, publicação do Ministério da Justiça, 1995, p. 199 e ss.; “Justificação em Direito Penal: conceito, princípios e limites”, em Jornadas de Homenagem ao Professor Doutor Cavaleiro de Ferreira, 1995, p. 48 e ss.; “Protecção penal dos bens culturais numa sociedade multicultural”, em Direito do Património Cultural, 1996, p. 375 e ss.; “Revisão do regime legal do ilícito de mera ordenação social” (com a colaboração de Paulo Otero), Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, vol. XXXVII (1996), p. 557 e ss.; “Desenvolvimento da pessoa e imputabilidade”, Sub Judice  Justiça e Sociedade, nº 11 (1996), p. 61 e ss.; “A revisão de 1995 do Código Penal de 1982 no contexto da reforma do sistema penal – A tutela da pessoa e a eficácia do sistema”, em Jornadas de Direito Criminal  Revisão do Código Penal, vol. I, 1996, p. 133 e ss.; “Constituição e Direito Penal”, em Nos 20 anos da Constituição, II vol., 1997, p. 227 e ss.; “As alterações reformadoras da Parte Geral do Código Penal na revisão de 1995: desmantelamento, reforço e paralisia da sociedade punitiva”, em Jornadas sobre a revisão do Código Penal, 1998, p. 25 e ss.; “A aplicação da lei no tempo: a proibição da retroactividade in pejus”, em Jornadas sobre a revisão do Código Penal, 1998, p. 413 e ss.; Jornadas sobre a revisão do Código Penal (coord., em colaboração com Teresa Pizarro Beleza), 1998; Lições de Filosofia do Direito, Sumário das questões fundamentais (policopiadas), 1998/1999; “Criminalidade”, Dicionário de História de Portugal (org. de Joel Serrão, actualização de António Barreto), 7º vol., 1999, p. 468 e ss.; “Legítima defesa”, Enciclopédia Pólis, 3º vol., 2ª ed., 1999, cols. 1034 1051; Direito Penal I (Parte Geral), Relatório apresentado no concurso para professor associado da Faculdade de Direito de Lisboa, 1999; “Do sentido histórico do ensino do Direito Penal na Universidade portuguesa à actual questão metodológica”, Revista Portuguesa de Ciência Criminal, ano 9 (1999), tomo 3, Jul. Set., p. 351 e ss.; “A teoria do crime como teoria da decisão penal (Reflexão sobre o método e o ensino do Direito Penal)”, Revista Portuguesa de Ciência Criminal, ano 9 (1999), tomo 4, Out. Dez., p. 523 e ss.; “Um problema de Justiça. O Direito à participação cívica das mulheres”, em Justiça em crise? Crises da justiça (org. António Barreto), 2000, p. 357 e ss.; “Constitucionalidade e justiça: novos desafios para a justiça constitucional”, Themis, ano 1 (2000), nº 1, p. 21 e ss.; “O caso do very light. Um problema de dolo eventual?” (Comentário ao Acórdão do Tribunal de Círculo de Cascais, 2º Juízo, de 13 de Fevereiro de 1998), Themis, ano 1 (2000), nº 1, p. 173 e ss.; “Timor: um problema de direito internacional penal”, em Timor e o Direito, 2000, p. 157 e ss.; e também na Revista do Ministério Público, nº 81, 2000, p. 11 e ss.; Casos e materiais de Direito Penal (coordenação e autoria de vários textos), 1ª ed., 2000, 2ª ed., 2002, e 3ª ed., 2004; “Tribunal Penal Internacional e Constituição Penal”, Revista Portuguesa de Ciência Criminal, vol. 11 (2001), tomo 1, p. 7 e ss.; “Dolo eventual e culpa em Direito Penal”, em Problemas fundamentais de Direito Penal: Homenagem a Claus Roxin, 2002, p. 45 e ss.; “A vontade no dolo eventual”, em Estudos em Homenagem à Professora Doutora Isabel de Magalhães Collaço, 2002, p. 795 e ss.; “Transmissão da SIDA e responsabilidade penal”, em Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Inocêncio Galvão Telles, 5º vol., 2003, p. 155 e ss.; “Tribunal Penal Internacional (Evoluções previsíveis face aos problemas da guerra de agressão, da “legítima defesa preventiva” e do terrorismo)”, Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, vol. XLIV (2003), nºs 1 e 2, p. 627 e ss.; “Crimes de terrorismo e culpa penal”, em Liber Discipulorum para Jorge de Figueiredo Dias, 2003, p. 235 e ss.; “Direito penal e processual penal e Estado constitucional (O papel da jurisprudência constitucional no desenvolvimento dos princípios no caso português e um primeiro confronto com a jurisprudência constitucional espanhola)”, em The Spanish Constitution in the European Constitutional Context, 2003, p. 1737 e ss.; “João Paulo II e os valores do Direito: a paz como fundamento da Justiça”, em Giovanni Paolo II – Le vie della giustizia (coord. de Massimo Vari e outros), 2003, p. 878 e ss.; “Consumo e tráfico de estupefacientes e Constituição: a absorção do «Direito Penal de Justiça» pelo Direito Penal secundário?”, em Estudos de homenagem ao Professor Enrique Bacigalupo (em publicação); e também na Revista do Ministério Público, nº 96, Out./Dez. 2003, p. 21 e ss., e na Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 2004, suplemento, p. 273 e ss.; “O problema penal do Processo Penal”, em Processo Penal e Direitos Fundamentais (Jornadas sobre Processo Penal e Direitos Fundamentais, sob a coordenação científica de Maria Fernanda Palma, realizadas na Faculdade de Direito de Lisboa em colaboração com o Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados), 2004; “Acusação e Pronúncia num Direito Processual Penal de conflito entre a presunção de inocência e a realização da justiça punitiva”, texto publicado nas Actas do Congresso de Processo Penal, Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, 2004; “Acerca do estado actual do Direito Penal do Ambiente”, em O Direito, ano 136º (2004), I, p. 77 e ss.; “O problema penal do Processo Penal”, em Jornadas de Direito Processual Penal e Direitos Fundamentais, 2004; “Direito Processual Penal e direitos fundamentais: as jornadas”, em Jornadas de Direito Processual Penal e Direitos Fundamentais, 2004; “Transmissão da SIDA e responsabilidade penal”, em Estudos de Direito e Bioética, 2005; “Acusação e pronúncia num Direito Processual Penal de conflito entre a presunção de inocência e a realização da justiça punitiva”, em Estudos em Homenagem ao Conselheiro José Manuel Cardoso da Costa, 2005; O Princípio da Desculpa em Direito Penal, 2005; Direito Constitucional Penal, 2006; “Direito Penal da Comunicação” (aula ministrada no Curso de Pós Graduação em Direito da Comunicação), em publicação; “Processo Penal e Constituição: novos e velhos princípios constitucionais do Processo Penal (a crise da constitucionalização do processo penal)”, 2006 (em publicação).

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