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Sinopse

A COMPLEXIDADE DA TRADIÇÃO LIBERTINA PLASMADA NA OBRA SINGULAR DE LUIZ PACHECO O pensamento libertino tem sido maioritariamente reduzido ao âmbito do desregramento dos costumes, sobretudo nos domínios da sexualidade e da problematização da experiência religiosa. Este livro propõe uma leitura mais ampla das questões suscitadas pela tradição libertina, concentrando-se na natureza humana e no contraponto entre liberdade individual e fixação cultural de representações do mundo universalizantes. A reflexão sobre as constantes históricas que ajudam a pensar o conceito de libertino toma Luiz Pacheco como caso exemplar, apresentando-o como o autor português que mais complexamente experienciou a condição libertina e, sobretudo, como aquele que mais reflectiu sobre ela, inscrevendo-a no panorama crítico do abjeccionismo português. A centralidade da crítica no discurso desenvolvido no contexto do surrealismo e do abjeccionismo em Portugal é analisada tendo como ângulo privilegiado a leitura específica que Luiz Pacheco fez da libertinagem, expondo-a como potencialidade para o dinamismo cultural assente na persistente revisão dos valores estabelecidos. COLECÇÃO COORDENADA POR JERÓNIMO PIZARRO.

Chegou o dia (a noite) de Benjamim Boavida fazer a prova de sentinela que decidirá o seu futuro no Quartel — ainda que ele, rapaz dado às coisas simples da vida no campo, preferisse estar a ouvir rouxinóis iluminado por um luar de Verão. Mas ali está ele, com a bota a apertar-lhe o pé esquerdo, acompanhado por um sargento agressivo, num posto de vigia de onde não se vigia quase nada porque o muro é demasiado largo e com uma revolução a agitar-se lá fora. A turbulência parece estar ainda distante, mas a noite será longa e cheia de peripécias. Além disso, depois da noite chega um novo dia, para o país, para Benjamim e também para aquele aquartelado Quartel e para as suas personagens — fiéis ao absurdo Regulamento ou contestatárias por conveniência, perdidas entre alcunhas e gírias, enleadas num julgamento com indecisões sem fim, e que se deixarão ir tão longe quanto a revolução, ou a imaginação, lhes permitir. 


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Autor

Rui Sousa

Rui Sousa é investigador do Grupo 1 do CLEPUL. Mestre em Estudos Românicos — Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2009), concluiu doutoramento em Estudos de Literatura e de Cultura na mesma faculdade, com a tese Do Libertino: Revisões de um conceito através do caso de Luiz Pacheco (2019). Participou na obra 1915: O Ano do Orpheu (coordenada por Steffen Dix) e tem colaborado na revista Pessoa Plural e em eventos organizados pelo Projecto Estranhar Pessoa e pela Casa Fernando Pessoa. Publicou em 2016 o livro A Presença do Abjecto no Surrealismo Português. Organizou o Congresso «Pensar A Antologia de Poesia Portuguesa» (2021) e a «Jornada Manuel de Castro» (2021). Foi co-organizador do Congresso CosmoLiteratures. Thinking Literature and Cosmopolitism» (2022) e da «Semana de Eventos Pessoanos» (2023). Está a concluir uma monografia sobre a recepção de Fernando Pessoa por Mário Cesariny.

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