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Emoção Artificial

Jorge Gomes Miranda

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Sinopse

O mundo de agora que tempo e espaço concede ainda à inteligência poética? Que lugar ocupa esta ao lado das outras inteligências humanas face à inteligência artificial? E quais as consequências da presença hegemónica do algoritmo na (des)construção das nossas vidas? Um dos filões de sentido de Emoção Artificial radica no método de investigação e escuta dos ruídos do mundo, distanciando-se de uma ideia de pureza, perfeição, neutral e amoral, associadas à vida no futuro. Muitos dos personagens do livro - robots com envolvimento imaginativo e emocional com os humanos -evoluem de visita a lugares e personalidades em risco num tempo vindouro, mas cujo tumulto interior é posto em cena quotidianamente hoje. Tempo presente alteado também através da nomeação das múltiplas tarefas e lugares criativos e de dissidência que o algoritmo não consegue diluir ou subjugar nas suas pesquisas; e da criação de outros modelos de linguagem alternativos nas procuras de novos mundos. Daí a importância do erro e da imperfeição como constitutivos da ideia de beleza e da imprevisibilidade, pois nada do que é humano é estranho ao poema: a doença, o sofrimento e a crueldade, ou a compaixão, a alegria, a liberdade de pensamento e o amor. Por isso basta que um leitor se aproxime para que os versos se disponham para a acção na sociedade do desconhecimento. Observadores do homem no tempo presente e prenunciando o incerto mundo novo, estes corpos e máquinas conceptuais como que nos interpelam para esta distópica possibilidade: e se, sem absurdo, na sociedade do futuro os robots forem mais emotivos, compreensivos, compassivos do que os próprios humanos? Chegaremos um dia a dizer que um humano precisa de um robot, do mesmo modo que, clamor tantas vezes inatendido, hoje sentimos que um humano necessita a seu lado de outro humano?


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Autor

Jorge Gomes Miranda

JORGE GOMES MIRANDA nasceu em 1965, no Porto, cidade onde vive e trabalha. Ex-crítico literário do jornal Público. É autor dos seguintes livros de poesia: O Que Nos Protege (Pedra Formosa, 1995); Portadas Abertas (Presença, 1999); Curtas-Metragens (Relógio D’Água, 2002); A Hora Perdida (Campo das Letras, 2003); Postos de Escuta (Presença, 2003); Este Mundo, sem Abrigo (Relógio D’Água, 2003); O Caçador de Tempestades (& etc, 2004); Pontos Luminosos (Averno, 2004); Requiem (Assírio & Alvim, 2005); Falésias (Teatro de Vila Real, 2006); O Acidente (Assírio & Alvim, 2007); Velhos (Teatro de Vila Real, 2008); Resgate (Fundação Serralves, 2008); El Accidente (Quálea Editorial, 2009). Organizou ainda antologias literárias e escreveu também uma novela: O Transplante (Porto 2001, 2002). 

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