Partilhar

Desconto: 10%
9,90 € 11,00 €
Wishlist Icon

Detalhes do Produto

Sinopse

A Perseguição aos Professores conta a história de todos aqueles que, por motivos políticos, se viram impedidos de aceder à docência universitária, foram afastados dos seus centros de investigação, impossibilitados de progredir nas carreiras académicas ou compulsivamente exonerados das suas funções como investigadores ou professores das universidades portuguesas durante a Ditadura Militar e o Estado Novo.

A depuração política do corpo docente universitário ou de quem a ele pretendia aceder, quase sempre fundamentada em informações da polícia política, atingiu um largo espectro de investigadores ou docentes, muitos dos quais representavam, nos seus sectores - na matemática, na medicina, na economia, na física, na agronomia, nas ciências humanas -, o escol do pensamento científico português. A perseguição política desses elementos por parte de um regime que considerava a liberdade de opinião e de expressão, e portanto a liberdade científica, como incompatíveis com a segurança do Estado, acarretaria nefastas e duradouras consequências para o desenvolvimento científico em Portugal.

Muitos dos investigadores e docentes perseguidos pelas suas convicções políticas viram-se forçados ao exílio em vários países da Europa e da América Latina, ou nos EUA, onde livremente puderam exercer o seu múnus científico. E aí semearam a marca indelével do seu saber, deixando aos países que os acolheram aquilo que foram impedidos de oferecer ao seu.

Não parece possível abordar o problema da depuração política das universidades sem se compreenderem as relações do Estado Novo com o saber científico e académico e, portanto, com as universidades, depositárias tradicionais desse conhecimento e órgãos por excelência da sua reprodução. Tenhamos presente que no projecto político, ideológico e cultural da «política do espírito», delineado no rescaldo do plebiscito constitucional de 1933 com a criação do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), virá a ser atribuído um papel claramente periférico e subalterno ao saber académico, à cultura científica e às universidades de uma forma geral.

Ler mais

Autor

Fernando Rosas

Fernando Rosas é professor emérito da Universidade Nova de Lisboa e professor catedrático jubilado de História Contemporânea da NOVA FCSH. Foi fundador e presidente do Instituto de História Contemporânea. É autor de uma vasta obra historiográfica com grande foco na Primeira República, no Estado Novo e na Revolução de 1974/1975. Foi autor e apresentador das séries televisivas História a História e História a História África (RTP2 e RTP África, 20162017). Entre as suas obras mais recentes editadas pela Tinta-da-china, destacam-se Salazar e o Poder (Prémio Pen Club de Ensaio, 2012); Salazar e os Fascismos (Prémio de História Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian/Academia Portuguesa de História, 2019) e Ensaios de Abril (2023). Foi deputado à Assembleia da República e candidato à Presidência da República. Integrou a Comissão Instaladora do Museu Municipal do Aljube e é membro da Comissão Instaladora do Museu Nacional do Forte de Peniche. Recebeu a medalha do Ministério da Ciência em 2017. Em 2015, foi condecorado pelo presidente Jorge Sampaio com a Ordem da Liberdade.

Ler mais