Nestes textos de Maria João Costa, o leitor encontrará um corpo híbrido de contos, crónicas e poemas. Encontrará sobretudo a liberdade de não ser enquadrado numa categoria literária. Desde as primeiras páginas (se é que há aqui primeiras páginas), o olhar da autora sobre a vida já anuncia a sua rebeldia intrínseca: a busca do amor não cessa na solidão primordial reconquistada pelos “falhanços” do percurso e pelas vitórias consagradas. A mulher que caminha (pelas praias, pela memória), não se conforma com derrota alguma, partindo sempre ao encontro da boa essência que nos redime, seja ela a que emana da relação com o divino, a maternidade, a fraternidade ou a paixão pela vida.

Entre o relato pungente da vida prosaica e o registo vertical de um lirismo que é o sumo agridoce da sua experiência pelos (des)caminhos do mundo, Maria João leva-nos, neste “Estarei à tua espera”, aos braços do livro. Sim, este livro, liberto de rótulos (por isso mesmo, de ser inexato como nós) nos abraça.