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Sinopse

«A linguagem marítima é diferente da terrena. Barco e rede abrem universos muito distintos de enxada ou motoreta. Também essa mudança de língua apaixonou o Ouve Lá. Pudesse enrolar-se como um feto no ventre da onda, pé na boca, olhos que ainda não se sabem abrir, mãos que ainda são punhos de brincar, tão frágeis. No mar as mãos não precisam de punhos prontos para o combate. Se existe luta, o mais sensato é o corpo não resistir, não entrar em braço de ferro com o manto líquido.»

Na semana da Grande Pesca, uma comunidade piscatória arrasta as redes pelo areal – pelas técnicas da arte-xávega – contendo o que nunca antes se tinha visto sair do mar: uma cadeira de pinho, uma mala fechada com aloquete dourado, um homem de fato. Vivo. Ainda pescariam uma grafonola.

No início do século xx convivem pescadores e alta burguesia, empresários, intelectuais e artistas numa praia à beira do Atlântico.

O polvo de prata não deixa o Assobio dormir, as mulheres admiram as pernas de cera da Senhora da Fábrica. As tempestades trazem as invasões sucessivas das ondas, saem sonhos das latas da Fábrica de Conservas. Quando o tempo aquecer, brilhará o Casino toda a noite: começa a música.

Depois de uma estreia fulgurante na ficção com Escavadoras, Marta Pais Oliveira regressa à prosa com um romance intenso e comovente que acompanha o dia a dia de um grupo de pescadores do norte do país. Personagens atravessadas pela paixão, o desalento e a esperança num outro futuro compõem o retrato memorável de um país e de uma época. Homens e mulheres divididos entre o cansaço e a solidão, a espera e os sonhos, num meio onde os contrastes sociais se acentuam e o mar e a tradição se diluem com a chegada do progresso.

Escrito com uma força narrativa singular, Faina confirma Marta Pais Oliveira como uma das vozes literárias mais originais e promissoras da sua geração.


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Autor

Marta Pais de Oliveira

Marta Pais Oliveira (Porto, 1990) publicou em 2021 o seu primeiro romance, Escavadoras, vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís. Seguiu-se o conto O homem na rotunda.

Publicou poemas em coletivos de poesia e colabora com textos em diversas  publicações. Escreveu o libreto Maria Magola, levado à cena no Festival Informal de Ópera 2021. Tem dois umbigos: um no corpo e outro em umumbigo.wordpress.com.


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