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Sinopse
Ana Anacleto: «a obra de Luís Paulo Costa constitui-se como um extraordinário território de exploração em torno desta relação particularmente sugestiva que a pintura estabelece com o corpo, e muito particularmente, com a sua dimensão sensorial de toque.»
Este livro foi publicado por ocasião da exposição Flores e Outras Pinturas, de Luís Paulo Costa, na Galeria 111, em Lisboa, de 11 de Janeiro a 8 de Março de 2025.
Luís Paulo Costa: «Não sei exactamente como nem porquê comecei a pintar flores. Estava cansado no final do ano [2023], mas precisava de pintar. Dei por mim a pintar flores. Passado pouco tempo as flores levaram-me a pintar corpos, sozinhos ou acompanhados, de natureza sexual muito evidente. Pareceu-me muito natural como uma coisa levou à outra. As flores já estavam marcadas por essa carga sexual. Olho agora para estas pinturas, das flores e dos corpos, atravessadas por um pulsar sexual unificador, e sinto que fazem parte da mesma matéria, são parte do mesmo território.»
O trabalho de Luís Paulo Costa inscreve-se num território onde a visibilidade e a invisibilidade não são lugares estáveis e definitivos, o que se vê pode ser afinal outra coisa. A pintura desenvolve-se como corpo, como pele que se esconde e se mostra simultaneamente. Conceitos como simulacro, antecipação, desilusão e inacessibilidade são transversais à sua obra. As suas pinturas, muitas vezes incorporadas de forma escultórica, parecem apresentar-nos as coisas na sua realidade silenciosa, inacessível à mediação e, por isso, as suas obras parecem sempre apresentar a construção de uma espécie de silêncio necessário.
Todo o seu trabalho é de natureza pictórica, as questões envolvidas são as do campo da pintura, da imagem, construída e apresentada de modo fragmentado. O que está presente e é proposto é tão importante como o que fica de fora e apenas sugerido. Não há uma hierarquia entre centro e periferia, a importância destes valores é alternada entre um e outro. O que fica e está é tão importante como o que espoletou essa presença e ficou de fora. Mesmo que faltem algumas partes ainda é possível contar uma história.
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