Sem afirmar, a pés juntos, a minha crença inabalável na existência real dos mundos subterrâneos, inclino-me, porém, para a suposição de que, ainda que a teosofia exagere e o Rei do Mundo, Shamballah e tudo o mais que um Saint-Yves d’Alveydre, um Ferdinand Ossendowski, um René Guénonm um Raymond Bernard, um Serge Hutin, um Andrew Tomas e poucos mais admitem existir não exista, o que me parece tão ousado como admitir que exista, algo há que desafia a mais porfiada investigação do homem terrestre.

Sei, isso sim, que o assunto não é menos relevante, pelo menos quanto a mim, do que o dos "objectos voadores não identificados" que tão explorado tem sido, inclusivamente por mim. Eis porque me abalancei a dar a público um trabalho que, quando outro mérito não tenha, talvez tenha o de chamar a atenção dos leitores portugueses para um assunto que, até agora, dir-se-ia completamente alheio à curiosidade e à atenção daqueles que sabem, ou crêem saber, o que são os OVNIs, mas, pelos vistos, ignoram, ou parecem ignorar, tudo quanto respeita ao que, a espeleologia à parte, constitui o ignoto, o misterioso, o perturbante interior da terra.