Partilhar

Incandescência: Cézanne e a Pintura

Sara Antónia Matos, Tomás Maia

Temporariamente Indisponível



Desconto: 10%
9,00 € 10,00 €
Wishlist Icon

Poderá gostar

Desconto: 10%
8,99 € 9,99 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
14,17 € 15,75 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
16,88 € 18,75 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
12,60 € 14,00 €
Wishlist Icon

Detalhes do Produto

Sinopse

Se o divino designa o que perpetuamente dá vida, tal implica em pintura uma mimese do Sol. É que o Sol - como Cézanne terá também lido no mesmo texto de Balzac - é «esse divino pintor do universo».
O divino irradia-se materialmente do Sol: «Tudo, seres e coisas, não passa de uma maior ou menor quantidade de calor solar armazenado, organizado, uma recordação de sol, um pouco de fósforo que arde nas meninges do mundo.»
O Sol existe morrendo (consumindo-se) a pintar (o universo).
Mas o próprio Sol - tal como a morte - requer um mediador, um representante (o Sol e a morte, como declarou La Rochefoucauld numa das suas Máximas, não podem ser vistos de face ou fixamente). É essa a descoberta a que chega Cézanne: o Sol não se deixa reproduzir, e é necessária outra coisa para representá-lo - uma outra coisa que dá pelo nome de cor.
Fazer a mimese do Sol significa então: na impossibilidade de o representar, pinta-se (um quadro) como o Sol pinta (o universo). O pintor - o pintor da pintura divina, aquele que faz a mimese do Sol - só pode existir morrendo a pintar. Não como quem se sacrifica diante de um astro, mas como quem devolve o dom que é o Sol.
[…]
Que haja luz (em vez de obscuridade total), que haja visível (e não só audível, táctil, etc.), eis o dom com o qual alguém - um pintor - nunca se conforma. Dom que excede tudo o que é dado (toda a forma visível) e que leva assim alguém - o mesmo pintor - a repetir esse dom sob uma forma eterna. A pintura eterniza o dom universal da luz. [Tomás Maia]

Ler mais

Autor(es)

Sara Antónia Matos

Ler mais

Tomás Maia

Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1991); DEA (Diplome d’Études Approfondies) no Centro de História e Teoria da Arte da École des Hautes Études en Sciences Sociales Paris (1993) (equivalência ao grau de mestre atribuído pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em Julho de 2002); doutoramento em Filosofia de Arte na Université Marc Bloch – Strasbourg (2004). Em França, na qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Nacional de Cultura e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, foi aluno de Louis Marin, de Jean-Luc Nancy e de Philippe Lacoue-Labarthe. Publicou a obra Assombra. Ensaio Sobre a Origem da Imagem, livro com fotogramas de Marta Maranha e Diogo Saldanha (Lisboa, Assírio & Alvim, 2009). Desde 2004, retomou a sua actividade artística. O seu trabalho com André Maranha – Scena (para duas vozes) – foi apresentado em Lisboa (2008) e em Lucca (Itália, 2009). Em 2012 os dois autores publicaram em conjunto as obras Éden – O filme desta terra e Scena (para duas vozes).  

Ler mais