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Sinopse

Príncipe: (Para Ivone.)
Sabeis, assim que se olha para vós, dá-nos ganas de… uma vontade de nos servirmos de vós, de vos magoar: atar-vos uma trela ao pescoço, por exemplo, ou dar-vos pontapés no traseiro, ou pôr-vos a trabalhar numa linha de montagem, picar-vos com uma agulha, ou vontade de vos imitar. Exasperais toda a gente, dais cabo dos nervos, sois uma provocação viva! Sim, há seres que parecem feitos para irritar, excitar, enlouquecer! Existem mesmo... andam aí pelo mundo e cada um de nós acaba por tropeçar no que lhe está destinado. E cá estais vós, toda sentadinha, a mão com os respetivos dedos, a perna com o respectivo pé!… Inédito! Maravilhoso! Sensacional! Como conseguis?
Ivone: (Calada.)
Príncipe: E como vos calais! Como vos calais tão bem!

Tradução e posfácio Luísa Costa Gomes.

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Autor

Witold Gombrowicz

Witold Gombrowicz (1904-1969), romancista e dramaturgo, é, a par de Joyce e Kafka, uma das vozes mais originais da literatura do século XX. Passou a infância e a adolescência em Varsóvia, onde estudou Direito a contragosto, estreando-se na escrita com contos e crónicas publicados em jornais nos anos 20. Em 1939, depois da publicação de Ferdydurke (1937) na Polónia, desembarcou na Argentina, onde a guerra o apanhou de surpresa e ele se exilou até 1963. Com parcos recursos e isolado dos seus, foi nesta segunda pátria que escreveu o grosso da sua obra – Transatlântico (1952), nas pausas do trabalho burocrático dum banco em Buenos Aires, Pornografia (1960) e Cosmos (1965) –, debatendo-se com o desinteresse dos círculos literários argentinos e da comunidade polaca expatriada. Mestre da provocação, «implacável caçador de mentiras culturais» segundo Bruno Schulz, brindou-nos com uma personalidade e convicções maiores do que a vida e com uma obra intemporal assente na recusa de espartilhos e convenções.  

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