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Sinopse

São quatro: Nati, Patri, Marga e Àngels. São primas, têm diversos graus daquilo a que a administração pública e a medicina consideram «incapacidade intelectual» e partilham um apartamento sob tutela. Passaram boa parte das suas vidas em rudis e crudis (residências urbanas e rurais para pessoas com incapacidade intelectual).

Mas, acima de tudo, são mulheres com uma extraordinária capacidade para enfrentar as condições de dominação a que se encontram sujeitas. A Barcelona delas é opressiva e bastarda: a cidade das okupas, da Plataforma de Afectados pela Hipoteca, dos ateneus anarquistas e da arte politicamente correcta.

Este é um romance radical nas ideias, na forma e na linguagem. Um romance-grito, um romance político que cruza vozes e textos: um fanzine que põe em cheque o sistema neoliberal, as actas de uma assembleia libertária, as declarações diante de um tribunal que pretende esterilizar coercivamente uma das protagonistas, o romance autobiográfico que uma delas escreve com a técnica da Leitura Fácil…

Este livro é um campo de batalha contra o heteropatriarcado monógamo e branco, contra a retórica institucional e capitalista, contra o activismo que usa as roupagens do «alternativo» para sustentar o status quo. Mas é também um romance que celebra o corpo e a sexualidade, o desejo das mulheres e entre elas, a dignidade de quem é marcada pelo estigma da incapacidade e a capacidade transgressora e revolucionária da linguagem.

É sobretudo um retrato — visceral, vibrante, combativo e feminista — da sociedade contemporânea, com a cidade de Barcelona como cenário.

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Autor

Cristina Morales

Cristina Morales (Granada, 1985) é autora dos romances Leitura fácil (Prémio Nacional de Narrativa 2019 e Prémio Herralde de Novela 2018), Terroristas modernos (2017), Últimas tardes con Teresa de Jesús (2015) e Los combatientes (2013), galardoada com o Prémio INJUVE de Narrativa 2012 do Governo de Espanha, além do livro de contos La merienda de las niñas (2008); e trabalha como dramaturga para diversos teatros e companhias espanholas. Em 2007 foi-lhe concedida a bolsa da Fundação António Gala para Jovens Criadores, em 2015 a da Fundação Han Nefkens e em 2017 a Bolsa de Escrita Montserrat Roig. Em 2021 foi bolseira da Real Academia de Espanha en Roma e seleccionada pela revista Granta como um dos vinte e cinco melhores escritores de língua espanhola com menos de trinta e cinco anos.

A recepção crítica ao romance Leitura Fácil, aquando da sua publicação em Espanha, foi entusiástica: «A genialidade de Cristina Morales é manifesta, assim como a sua intuição para converter Leitura Fácil numa obra hilariante e num marco do romance contemporâneo em espanhol.» (Carlos Pardo, El País); «Morales confirma um talento literário retumbante, irreverente e, em certos momentos, deslumbrante» (Domingo Ródenas, El Periódico de Catalunya); «Tão politicamente incorrecta como divertida, tão transgressora como hilariante, visceral, combativa, brutal e ao mesmo tempo terna» (Rosa Martí, Esquire).

Licenciada en Direito e em Ciências Políticas e especialista en Relações Internacionais, é também bailarina e coreógrafa da companhia de dança contemporânea Iniciativa Sexual Femenina, produtora executiva da banda de punk At-Asko e activista no colectivo BachiniBachini.

A tradução alemã de Leitura Fácil ganhou o Internationaler Literaturpreis 2022 (Prémio Internacional de Literatura Europeia) que reconhece uma obra destacada da literatura contemporânea cujo autor/a tenha sido traduzido pela primeira vez para alemão. A tradução foi de Friederike von Criegern.

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