Jim é um romântico. Influenciado por leituras de juventude, de aventuras e heroísmo, e por uma rígida educação paterna, que lhe incutiu os valores da bravura e da nobreza, entra para a marinha mercante, em busca de cumprir esses ideais. Contudo, quando o momento chega, não resiste à pressão dos seus companheiros e abandona à morte todos os passageiros do navio, o Patna. O navio salva-se, Jim perde-se. Atormentado pela sua consciência, isola-se, sente-se perseguido pelas imagens do seu crime, pelo falhanço em viver de acordo com a imagem que tinha de si. Procura a redenção, uma nova oportunidade de se mostrar leal, bravo, herói. Conseguirá?
Lord Jim, livro maior de Conrad, a par de Coração das Trevas, consagrou definitivamente o autor como um dos grandes da literatura inglesa. A sua influência é marcante e perdura até aos dias de hoje. Saul Bellow, por exemplo, prestou sentida homenagem a Conrad no seu discurso de aceitação do prémio Nobel.
É um livro marcante e uma leitura inolvidável. A história do Homem contra si mesmo, de falhanço e redenção. Em suma, uma história da humanidade.
ESTA EDIÇÃO INCLUI: Nota introdutória · Texto de Virginia Woolf sobre a obra de Joseph Conrad · Lista de personagens
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Joseph Conrad
Joseph Conrad nasceu na Ucrânia a 3 de dezembro de 1857, filho de pais polacos, exilados devido a atividades políticas. Conrad ficou órfão de pai aos onze anos, tendo sido deixado ao cuidado de um tio materno que exerceu grande influência sobre ele.
A partir de 1874, Conrad, então a viver em Marselha, iniciou a sua aprendizagem como marinheiro, tendo ingressado na Marinha Mercante Britânica e adotado a nacionalidade inglesa em 1886.
Depois de publicado o seu primeiro romance, Almayer’s Folly, em 1895, Conrad abandonou a vida de marinheiro. Embora os livros sobre temas marítimos sejam numerosos e exista a tendência para o imaginar sempre a bordo de um veleiro, a verdade é que passou os últimos trinta anos da sua vida em terra, numa sedentária vida de escritor, no condado de Kent.
Conrad era conhecido por dois aspetos contraditórios do seu caráter. Era ao mesmo tempo irritável e amável. Todos os que o conheceram afirmavam também que era um homem de grande ironia.
Usava monóculo, não gostava de poesia, exceto dos versos do seu amigo Arthur Symons e talvez de Keats. Detestava Dostoievski por ser russo e escrever romances que lhe pareciam confusos. Era um grande leitor, sendo Flaubert e Maupassant os seus autores favoritos.
Durantes muitos anos, Conrad atravessou dificuldades financeiras e sentiu a incompreensão dos críticos e a indiferença dos leitores. O livro que o tornou conhecido foi Chance, publicado em 1913. Nos dez anos que se seguiram tornou-se um dos mais reconhecidos autores de língua inglesa.
Conrad casou-se aos 38 anos, nunca deixando de oferecer um presente à sua mulher cada vez que acabava um dos seus livros. Morreu subitamente a 3 de agosto de 1924, na sua casa em Kent, na Grã-Bretanha. Sentira-se mal no dia anterior, mas nada deixava adivinhar a iminência da morte.
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