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Ménage à Trois - Jardim das Delícias

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Sinopse

Aviso já: Isto não é um prefácio – é apenas um casto delírio, a branco e preto, com sangue na guelra. Conto-vos tudo. Pousam-me em cima da secretária um projecto de livro, ainda sem título, da autoria de uma troika. Fico aflito. Cuidado com a carteira! Estou escaldado com as troikas! Nunca gostei de troikas, nem mesmo na cama. Um tipo perde o norte e acorda, na manhã seguinte, geralmente sozinho, com a cabeça enfiada na mesinha de cabeceira, estilo Souto Moura, a mesinha de cabeceira. Olho melhor para os nomes dos autores do livro e descubro, entre eles, dois kamaradas dos tempos quentes da Revolução. Puxo, então, pela memória: O “Piolho” cercado pela polícia fascista (-Nem mais um soldado para as colónias!); o Trotsky a comer rissóis de camarão na mesa junto ao quiosque; a Rosa Luxemburgo exibindo garbosamente os colãs “Spartakus”, novos em folha; o Backunine saindo apressadamente do café para ir roubar um livro do Proudhon à livraria Leitura; o José Estaline, bigodaça enfiada no cimbalino, lê os anúncios eróticos da “Voz do Povo” e, nos intervalos, escreve um poema de amor a Durão Barroso, padroeiro dos espremidos. Na mesa do fundo, eu, o Zé Martins e o Zé Pinto Leite olhamos embevecidos para o rabo da única revisionista com rabo, enquanto, docemente, atiramos açucareiros de metal aos cavalos da GNR e ao capitão Braga que, de vez em quando, ousam meter os focinhos no interior do café. Não longe de nós, o Arturinho conta emocionado as suas aventuras psicotrópicas em Katmandu ou em Famalicão Sul, nem ele sabe ao certo. Cá fora, o regime vai apodrecendo e nós, sábios, sabemos que o Grande Dia está próximo. 30 anos depois. Outros ares. Que bom (re)encontrar o Zé Martins e o Zé Pinto Leite nas páginas deste fulgente livro. O livro inspira-me três guiões para outras tantas curtas: 1) O Zé (Soares) Martins, um romântico invertebrado, viaja pelo mundo, ao som dos Simple Minds e leva na sacola o Pessoa, o Ginsberg e o Burroughs. O Eugénio fica na estante. Pára em Tânger para visitar o Bowles e decide, para aliviar a carga e a alma, lançar os livros ao mar. O Pessoa não sabe nadar. 2) O Zé Pinto Leite junta na mesma carrinha amarela a Janis Joplin, o Gregory Corso e o Vaneigem. Decidem atravessar o Gerês sem cuecas. Fumam e não fumam ganza, comem e não comem sandes de presunto. Param em Vilarinho das Furnas para a Janis Joplin fazer chichi em cima de um mocho real, em vias de extinção. O bicho dá-lhe uma bicada no rabo e os companheiros de viagem decidem cantar ali mesmo a Marselhesa, sem cuspirem para o chão. 3) Pedro de Andrade rapta Obama e refugia-se com ele no Music Box. Bebem absinto e rap(am) e slam(am) toda a noite. Nos intervalos, falam de gajas boas, dos Los Angeles Lakers e da crise no Médio Oriente. No fim da noite, resgatado heroicamente pela Secreta portuguesa, Obama regressa contrariado à Casa Branca. No dia seguinte, telefona a Pedro de Andrade e confessa-lhe solenemente: - “Absinto-me confuso”. Sobre a presente obra, na qualidade única de leitor atento, dir-vos-ei que é um livro para leitores de rins devidamente recauchutados. Este livro tem tudo: humor, provocação, te(n)são poética, arrojo, modernidade. Este livro cheira bem, cheira a revolta. Mistura, de uma forma harmoniosa, diferentes universos poéticos, sempre em diálogo permanente. O caos e a ordem nunca se neutralizam. Termino estas breves linhas com um apelo pungente aos portugueses. É o meu modesto contributo para o sucesso (desta) troika: - roubem este livro num supermercado junto das vossas alminhas. E nada de ressentimentos. Atentem nas palavras sábias de um dos meus “gurus”: - Nesta coisa de roubar só perde quem tem. João Gesta, Setembro de 2011.

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