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Malparado: diários 2012-2015

Pedro Mexia

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Sinopse

«Uma das grandes personalidades da cultura portuguesa contemporânea, Pedro Mexia, cronista, poeta, crítico literário, tradutor e editor, cultiva um género literário que desafia, em simultâneo, convenções e convicções: o falso diário. Os falsos diários de Mexia são uma das mais estimulantes escritas da nossa literatura actua.»
Osvaldo Manuel Silvestre

Decorrendo do blogue homónimo, «Malparado» é um novo capítulo sobre essa persona literária, esse alter ego que Pedro Mexia nos vem apresentando desde «Prova de Vida» (2007), e que prosseguiu em «Estado Civil» (2009) e em «Lei Seca» (2014).

«Pessoas que fizeram parte da nossa vida durante décadas desaparecem e na verdade não lhes sentimos a falta, reparamos nisso quando reparamos que nunca reparámos nisso, é um pouco indecente confessá-lo mas é assim, as coisas são o que são. E outras pessoas, raras, duas por década se tanto, pessoas que mal conhecíamos, com quem nos cruzámos ou com quem convivemos por uns dias apenas, essas fazem-nos uma falta tremenda, uma falta como a de uma substância química a que o organismo se habituou, às vezes nem é tanto o que elas são ou foram, que mal soubemos ou adivinhámos, mas pequenos gestos, ambiguidades desastradas ou cuidadosas, gargalhadas inconvenientes e fantásticas, certa forma de nos chamarem quando nos afastamos, um jeito de se afastarem quando chegamos demasiado perto, clichês encantadores, bocados contrabandeados de biografia para não parecer que são biografia, entusiasmos de outros tempos, zangas que passam logo, branduras quase irreais, e uma impossibilidade última de existirem na nossa vida senão fazendo-nos falta, mulheres que mal tocámos e que afinal faziam parte do nosso corpo, e que agora talvez pensem de quando em vez nesse nosso corpo amputado e triste e grato por nos termos conhecido, e talvez pensem o mesmo de nós, ou talvez se tenham esquecido, ou talvez se esqueçam em breve.»
Pedro Mexia.

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Autor

Pedro Mexia

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972. É crítico e cronista do Expresso. Publicou oito colectâneas de poesia entre 1999 e 2021. Editou oito volumes de crónicas (o penúltimo dos quais, Lá Fora, 2018, venceu o Grande Prémio de Crónica APE), cinco volumes de diários e a peça Suécia, 2023, a convite do Teatro Nacional São João. Organizou antologias de Sá de Miranda, Agustina Bessa‑Luís, Eduardo Lourenço ou Rui Knopfli. Traduziu Robert Bresson, Tom Stoppard, Hugo Williams, David Mamet ou Martin Crimp. Coordena a colecção de poesia das Edições tinta‑da‑china e é co‑director da Granta em Língua Portuguesa.

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