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Sinopse

«Também o nosso corpo se transforma constantemente, sem pausa alguma, nem seremos amanhã o que fomos antes, ou o que somos.»

Metamorfoses são uma das obras-primas da Antiguidade Clássica, escrita em inícios do século I d.C. Ao longo dos séculos, poucos textos suscitaram tão singular fascínio e exerceram tão grande influência, sobretudo nos campos da literatura e das artes plásticas. Com a sua mestria de ""contador de histórias"" e ""pintor de cenários"", aliado à profunda compreensão da fragilidade e da grandeza do ser humano, dos seus sonhos de superação e suas contradições, Ovídio legou-nos episódios imortais, num fluir ininterrupto de histórias dentro de histórias, depois recriados vezes sem conta.

Girando em torno do fenómeno da metamorfose, da mudança, da transformação do universo, do homem, do tempo e do espaço, Midas, Dafne, Polifemo e Galateia, Narciso e Eco, Dédalo e Ícaro, Orfeu e Eurídice, Pigmalião, entre tantos outros, pertencem, agora, à galeria de personagens eternas da cultura Ocidental.


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Autor

Públio Ovídio Naso

Públio Ovídio Naso nasceu em Sulmona, Itália, a 20 de março de 43 a.C. numa família aristocrata do então Império Romano. Embora a sua formação em Retórica o tenha habilitado ao trabalho legal, como era desejo do seu pai, cedo abandonou essa via e, após ter ocupado alguns cargos públicos, menores, dedicou-se à poesia. Imiscui-se com sucesso no vibrante meio literário da época, travando amizades com nomes como Mecenas, Propércio e Horácio. Ao poema epistolar Heroides, uma das suas primeiras obras, que terá publicado por volta dos seus 24 anos, seguiram-se os poemas eróticos de Amores. Mais tarde, A Arte de Amar confirmou-o como um dos poetas mais populares da antiga Roma. No ano 8 da nossa era, termina as Metamorfoses, um poema épico composto por quinze livros considerado uma das mais importantes obras da literatura ocidental que influencia, ainda hoje, as mais variadas formas de arte, da literatura, ao teatro, à escultura e à pintura. Além de constituir um importantíssimo corpus da mitologia greco-latina, as histórias de transformação contadas em Metamorfoses evidenciam uma habilidade poética ímpar, colocando Ovídio como um dos três poetas canónicos da literatura latina, a par de Virgílio e Horácio. Do seu aclamado e pioneiro projeto literário Fastos, poema épico dedicado à descrição da origem mitológica do calendário festivo romano, chegaram-nos apenas os primeiros seis livros, correspondentes aos primeiros seis meses do ano. Ovídio morreu em Tomis, na atual Roménia, exilado por ordem do imperador Augusto, no ano de 17 ou 18.

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