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Sinopse

O meu conhecimento e a minha amizade com António Sem vem do tempo saudoso das tertúlias que frequentávamos onde críticos e artistas discutiam a temática do teatro na altura. Recordo com carinho alguns momentos com (Maria do Céu Guerra, Margarida Carpinteiro, Fernando Midões e outros), onde até altas horas da madrugada convivíamos e bebíamos a arte dramática.

Fiquei surpreendida com o convite feito pelo António Sem já que há anos nos mantemos afastados embora esteja ao corrente do seu sucesso literário. Agradeço o convite para deixar algumas palavras para o seu novo livro e estou segura que será mais um dos seus sucessos literários. Embora não sendo um prefácio, deixo aqui como crítico de arte e ensaísta uma breve alusão á arte dramática. E já não o fazia há muito tempo.

Sendo o teatro uma arte na qual um actor, ou vários actores, interpretam uma história, algumas culturas vêem o teatro como a forma social assente na dúvida, uma vez que põe em causa os aspectos pertinentes do quotidiano interrogando-os e criticando-os. As várias e diversificadas formas que o teatro contemporâneo assume, assim como o estilo, os temas e as abordagens assentam as suas raízes em dois polos que desde os tempos mais remotos deixaram ocupadas as mentes mais ousadas: a dúvida e a interrogação.

Os géneros teatrais variam consoante a cultura e a época na qual estão inseridos. A tradição clássica conduziu a dois géneros teatrais distintos: a tragédia e a comédia.

Com o passar do tempo outros ganharam protagonismo, como é o caso do drama e da tragicomédia (que mistura elementos de ambos). Um dos objectivos da crítica de arte é construir uma base racional para a apreciação da arte, mas é questionável se tal crítica pode transcender circunstâncias sociopolíticas dominantes. Do meu ponto de vista, a nível do contexto literário e não presencial, baseio-me no contexto da estética, na teoria

dos diálogos e nas marcações. Dramas e peças, enquanto permanecem na forma escrita, são parte da literatura. Eles se tornam parte das artes cénicas assim que as palavras escritas do drama são transformadas em performance de palco. Depois de ler a peça, ao que me parece, Na Margem Esquerda é do género dramático e não é mais que um romance na sua forma máxima de síntese possível. A história do teatro confunde-se, muitas vezes, com a própria história da humanidade. E nesta peça, o escritor e as personagens interligam-se onde se põe “a olho nu” as vicissitudes da vida, destacando-se as relações humanas no campo da amizade e do amor. Também uma palavra para as magníficas marcações teatrais. A arte de representar encontra a sua origem nas situações vividas pelo próprio ser humano que, por religiosidade, louvor, prestígio, entretenimento, registo ou simplesmente pela pura expressão artística, apresenta os seus sentimentos de um modo muito parecido ao mundo real.

O conjunto de preceitos para o estudo e a prática da representação e a dramatização, seja no teatro, na música, na dança, ou em qualquer ambiente de

manifestações artísticas chamadas artes performativas (cénicas) são o conteúdo e a seiva da minha maneira de sentir o TEATRO. Em resumo, vi no escritor, o meu amigo António Sem.

Maria Eça de Avis

(Ensaísta e crítico de arte cénica)

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Autor

António Sem

António Sem é Académico de Mérito da Academia de Artes e Letras de Pontzen, Nápoles, e Membro Honorário da Fundación Abelló de Barcelona. Desenvolveu actividade profissional no campo da literatura, publicidade, decoração, teatro, pintura e jornalismo. Em 1985, funda e é eleito primeiro presidente da ARTLE - Sociedade Portuguesa de Artes e Letras. Tem até ao momento 6 livros de poesia publicados e três de prosa além de estar representado em inúmeras Antologias Poéticas. Agora dá à estampa um novo livro, desta vez de teatro, intitulado “Na Margem Esquerda”.

Em termos dramatúrgicos António Sem participou em peças de teatro infantil, tirou o curso de actor na Comuna e fez parte do elenco de actores na peça “A Sombra da Ravina” de John Millington Syng. Obteve diversos prémios nacionais e internacionais com destaque para a “Grande Medalha de Ouro com Louro Poético e Artístico Pergaminho” no Concurso Mundial de Artes e Letras da Academia Internacional de Pontzen em Nápoles/Itália.

Em 1988 foi condecorado pelo Governo Checo com a medalha comemorativa dos 150 anos (1824/1974) do Compositor e pianista Checo Bedrich Smetana.

Obteve diversos prémios nacionais e internacionais com destaque para a “Grande Medalha de Ouro com Louro Poético e Artístico Pergaminho” no Concurso Mundial de Artes e Letras da Academia Internacional de Pontzen em Nápoles/Itália.

Exerce também a actividade de artista plástico tendo até ao momento 40 exposições individuais e 243 colectivas no país e no estrangeiro, além de estar representado em inúmeros museus, autarquias e instituições.

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