Grandioso e cruel na sua beleza selvagem, o mar permanece um universo fabuloso, domínio do irracional, do insólito e do mistério. Os navios fantasmas que percorrem os oceanos, por vezes durante anos, escapam a toda a lógica e contribuem para o extraordinário fascínio que o mar exerce sobre os homens desde a noite dos tempos.
Com os seus 140 metros de comprimento e os seus cinco mastros suportando 6000m2 de velas, o Copenhaga era o maior veleiro do mundo. Desapareceu inexplicavelmente. Um ano e meio mais tarde, nas costas do Chile, a tripulação de um cargueiro argentino viu-o passar a menos de uma milha, e identificou-o formalmente. Durante as semanas seguintes, muitos navios afirmaram ter-se cruzado com ele. Desde 1928 que o mistério subsiste. Veleiros, cargueiros, navios de guerra, foram centenas de navios a desaparecer deste modo e a reaparecer meses ou anos mais tarde.
O Asiatic Prince, cargueiro misto de 10000 toneladas, deixou Los Angeles em direcção a Yokohama.
Desapareceu numa tempestade ao largo do Hawai, por acção de um vento de força 12.
Dois meses mais tarde foi avistado várias vezes.
Robert de la Croix analisou sistematicamente os diários de bordo e interrogou as testemunhas dignas de fé. Este seu livro apaixonante é um testemunho excepcional sobre estes terríveis escolhos flutuantes de rotas caprichosas. Quantos dramas e aventuras trágicas se desenrolaram assim sobre a imensa cena do oceano. Era necessário que um autor de talento recordasse esta grande história.