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Detalhes do Produto

Sinopse

O Fantasma olhou a fachada. Mais ninguém via que tinha sido tomada dos bolores, manchada pelo abandono, ali, onde a cidade outrora fora novidade e progresso. A medo, aproximou-se da porta, entreaberta e encostada ao batente, e empurrou-a sentindo-se como um intruso. O hall estava escuro, o interruptor da luz não respondeu e ouviu a porta fechar-se de novo atrás dele por habilidade da mola. O ascensor já não funcionava. E foi afagando o corrimão de madeira, na penumbra, enquanto subia alumiado por uma luz amarela que vinha da claraboia. Não havia vestígios da mínima poeira, como se os quatro lances de escada brilhassem, desde há muito preparados para a cerimónia. Premiu a campainha uma vez, durante dois segundos. E outra, e uma terceira vez. Silêncio, foi só silêncio o que houve no meio da tarde, no seio da sua pessoa, na consumação do fim. Nem risos, nem conversas, nem o tinir de loiças, nem nada. O pano tinha descido. Na clandestinidade da praça tudo soube a um cofre arrombado, ou inexpugnável. Sem testemunhas. Todos tinham ido habitar um outro céu.

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Autor(es)

Luís Vendeirinho

Luís Vendeirinho nasceu em 1957. Autor de romance, crónica e poesia, realiza na forma de conto muitas das suas melhores páginas. Diz-nos ele que “a exigência que este género literário coloca ao escritor é tanto maior quanto a importância de cada palavra, o significado de cada imagem, num exercício de lapidação do texto que parece sempre inacabado, perseguida uma perfeição que cabe ao leitor descobrir, ou intuir”. A página luisvendeirinho.tambemescrevo.com dá-nos acesso a alguma da sua produção literária.

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Teresa Augusto

Teresa Augusto nasceu em 1970. Formada na Escola de Artes Visuais António Arroio, trabalhou em vários ateliers e ceramistas da Península de Setúbal e de Cascais, na pintura e restauro de azulejos. Colaborou com a Câmara Municipal de Palmela no âmbito da toponímia, presente em exposições coletivas e feiras de artesanato daquela região. Em workshops para crianças e adultos passou a experiência pessoal na arte do azulejo. Diz-nos ela que “sempre sentiu o apelo de outros caminhos, noutras bases, com outros materiais, nascendo assim o acrílico e a ilustração”.

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