Detalhes do Produto
- Editora: Tinta da China
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- Ano: 2023
- ISBN: 9789896717506
- Número de páginas: 216
- Capa: Brochada
Sinopse
UMA REFLEXÃO SOBRE AS MÚLTIPLAS VIDAS DO PASSADO COLONIAL PORTUGUÊS Como se fez e desfez o colonialismo? De que forma a guerra colonial se constituiu como a sua etapa derradeira? Qual a memória dominante sobre este período histórico e que disputas públicas se têm expressado nos últimos anos? A memória da guerra, do colonialismo e da descolonização constitui ainda uma realidade viva no Portugal democrático, apesar de ainda não ter sido feita a discussão profunda que uma questão desta magnitude merece. Num momento em que nos preparamos para celebrar os 50 anos do 25 de Abril e da revolução, enfrentar essa memória e os efeitos do colonialismo é fazer uma reflexão indispensável sobre o Portugal de ontem, de hoje e de amanhã. «É necessário discutir este passado para que se possa abrir espaço para outros futuros. Na verdade, o longo trajeto colonial transporta heranças ativas que devemos ter a responsabilidade de saber enfrentar. A palavra decisiva talvez seja essa: responsabilidade. Ou seja, lidar abertamente com uma trama que se expressa, entre outros aspetos, na mitificação nacionalista da história, nas várias manifestações de um racismo sistémico, e na desconsideração da natureza intrinsecamente violenta do colonialismo. Estes aspetos não podem ficar na penumbra da história: um passado soterrado não é um passado morto; é um passado enterrado vivo. Mais de 60 anos volvidos sobre o início da guerra, quase 50 anos depois das independências africanas e da descolonização, é certo que a maioria da população portuguesa já nasceu depois desses acontecimentos. Mas nada disto pode ser considerado como uma simples curiosidade histórica que apenas diz respeito a quem viveu ‘aquele tempo’. O presente que habitamos é ainda feito desses escombros.»