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Sinopse

O Fazedor de Teatro é uma das peças de Thomas Bernhard que até hoje mais êxito alcançaram e mais representadas tê sido. Pertence já à fase de "maturidade dramática" do autor, pois foi escrita na primeira metade dos anos oitenta, publicada em 1984 e estreada no ano seguinte.

Uma das reflexões fundamentais, se não a reflexão fundamental a que esta peça e especialmente a figura de Bruscon - a personagem principal - nos conduzem é o absurdo que em tantos actos humanos se contém, e que, no fundo, caracteriza toda a existência humana. Poderíamos falar mesmo de uma denuncia do absurdo, que, aliás se encontra não apenas nesta peça, mas em toda a obra de Thomas Bernhard. O absurdo não ó da realidade "fingida" que é o teatro, mas também da existência real a que, no fundo, o teatro serve de espelho, ainda que frequentemente distorcido. E as seguintes palavras proferidas por Bruscon podem, sem dúvida, ser tomadas não apenas como teatro ou literatura, mas como expressão da realidade: Efectivamente servimos toda a vida/ o absurdo/ de ter nascido/ Fatal construção do mundo.

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Autor

Thomas Bernhard

Thomas Bernhard, um dos mais importantes romancistas e dramaturgos austríacos, nasceu em Fevereiro de 1931, em Heerlen, nos Países Baixos.

A sua mãe regressou a Viena em 1932, tendo confiado o filho aos avós. Foi assim que o autor de O Náufrago passou os primeiros anos em Seekirchen, nos arredores de Salzburgo, tendo tido uma relação feliz com o seu avô, o escritor Johannes Freumbichler.

Quando tinha sete anos, atingido já pela doença pulmonar que marcaria toda a sua vida, foi viver com a mãe para a Baviera, onde os seus avós se instalaram no ano seguinte.

Em 1942, frequentou um centro de educação nacional-socialista para crianças na Turíngia, onde sofreu graves humilhações. Em 1943, foi colocado num internato nazi em Salzburgo, aonde regressou após uma estada na Baviera.

Já depois da guerra, aos dezasseis anos, abandona os estudos liceais e emprega-se como aprendiz numa mercearia. Aí contrai uma grave pleurisia, que faz com que os médicos o considerem condenado. Abandona o hospital em 1951, mas, a partir daí, a sua vida é perturbada por operações aos pulmões e internamentos hospitalares. Após a morte do seu avô em 1949, Thomas Bernhard aproveita os períodos de internamento para escrever poesia.

Em 1950, encontra no sanatório Hedwig Stavianicek uma mulher trinta e cinco anos mais velha do que ele, que será até ao fim da vida sua companheira, apoio moral e financeiro e a primeira leitora dos seus livros.

Entre 1952 e 1954, colabora em jornais e publica os primeiros poemas, ao mesmo tempo que estuda no Conservatório de Música e Artes Dramáticas de Viena e no Mozarteum em Salzburgo (Bernhard tem uma excelente voz de barítono).

Frequenta a sociedade intelectual vienense, de que se tornará crítico impiedoso.

O êxito, em 1963, do primeiro romance, Geada, permite-lhe adquirir uma quinta em Ohlsdorf, na Alta Áustria. É nessa região que acaba por se fixar e onde escreve, embora viaje frequentemente para Portugal, Espanha, Itália, a Jugoslávia e a Turquia.

É ao longo destes anos que a sua prosa, caracterizada por longas frases, repetidas até à obsessão, como ecos variados de si próprias, de estilo polifónico, se vai definindo. É, em geral, composta por um monólogo ininterrupto, de uma personagem misantropa, que vai ajustando contas com a mediocridade, o modo de vida e as instituições da Áustria.

Entre 1975 e 1982, publica cinco volumes de pendor autobiográfico. Os seus principais romances surgem nos anos 80, como é o caso de O Sobrinho de Wittgenstein (1982), que retoma a sua experiência de internamentos hospitalares e a sua amizade com Paul Wittgenstein, e O Náufrago (1983), que aborda a vida e a morte de Glenn Gould e de Wertheimer.

Thomas Bernhard é também conhecido como dramaturgo. Ein Fest für Boris (1970), O Presidente (1975) e O Reformador (1979) causam escândalo. Um artigo sobre o teatro de Salzburgo fez com que lhe fosse movido um processo por difamação. Em 1968, o seu discurso ao receber um prémio do Estado austríaco para a literatura leva os representantes oficiais a abandonarem a sala.

Thomas Bernhard morreu em Fevereiro de 1989.

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