O Fundamento da Autotutela Executiva da Administração Pública - Contributo para a sua Compreensão como problema Jurídico-Político
Rui Guerra da Fonseca
Detalhes do Produto
- Editora: Almedina
- Coleção: Teses de Doutoramento
- Categorias:
- Ano: 2012
- ISBN: 9789724046853
- Número de páginas: 862
- Capa: Cartonada
Sinopse
Por autotutela executiva da administração pública entende-se, usualmente, a execução
pela administração, sem decisão judicial prévia, da sua definição unilateral
do direito para determinada situação jurídica concreta (é o que tradicionalmente
se designa por privilégio da execução prévia). Partindo dessa noção preliminar, o nosso
objectivo é contribuir para a análise do respectivo fundamento, ou da sua compreensão
como problema jurídico-político.
Sabendo-se que o Estado impõe decisões suas aos particulares, afectando a sua
liberdade com justificação, em geral, num critério de necessidade, pergunta-se:
entre administração e tribunais, quem deve deter preferencialmente em termos
de modelo o poder de aplicar a força na efectivação dessas mesmas imposições? E
qual o quadro geral de vinculação para o legislador na conformação desse mesmo
modelo?
A Parte I é dedicada ao enquadramento histórico-dogmático da autotutela executiva
como manifestação do poder administrativo em Portugal, em duas diferentes
dimensões: (i) a dimensão do pensamento jusadministrativo em Portugal no século
XX; e (ii) a dimensão histórico-constitucional, desde o período pré-liberal até à actual
Constituição de 1976.
A Parte II aborda a autotutela executiva enquanto figura jurídica pendente
entre o político e a realização administrativa do direito, subdividindo-se em dois grandes
momentos: (i) num primeiro, procede-se a uma análise estrutural e conceptual da
autotutela executiva da administração, qualificando-a no contexto alternativo coacção
pública / violência; (ii) num segundo, à luz daquela grande dicotomia da separação
de poderes entre o político e o jurídico, procura-se a relação entre autotutela executiva
e elemento político, e a justificação para uma intervenção judicial prévia validante
do uso da força pela administração.
A Parte III e última diz respeito à autotutela executiva como problema constitucional,
enquadrando-a: (i) no contexto fundamental da liberdade / igualdade; (ii) no estatuto constitucional da administração; (iii) e analisando o significado jurídico-
político de alguns dos mecanismos mais salientes de garantia dos direitos dos
particulares.
Palavras chave: poder administrativo; coacção; liberdade; poder político; iurisdictio;
reserva de juiz; separação de poderes.
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