Um romance baseado em factos verídicos, no ambiente social e político da primeira metade do século XX em Portugal e na Europa. Nele se cruzam duas perspetivas de vida, a da ciência e da arte com a da política e dos interesses.
A ação desenrola-se em torno do desaparecimento de um microscópio das instalações da Faculdade de Medicina do Porto e das experiências de vida do professor doutor Abel Salazar, um homem com alma de cientista, filósofo e artista, que viveu um tempo que o não merecia. O Salazar mau, no parecer dos governantes, da sua polícia política e de alguns colegas que não lhe toleravam a personalidade acutilante e o pensamento crítico; o Salazar bom, na
opinião dos amigos, alunos e todos aqueles que atribuíam o justo valor às suas ideias e obra científica e artística.
Abel Salazar e alguns dos seus contemporâneos convivem aqui com personagens ficcionadas de Um Jantar com Alzheimer, como Benjamim Guerra, Dagoberto Júlio Caeiro e outras mais, no seio de intensa agitação política, cruzadas em prol do direito da mulher à educação, trabalho e sufrágio eleitoral, folias libertinas e gastronómicas em clubes boémios, negociatas várias, recatadas sessões em busca do Oculto e até um concorrido congresso espírita.