Detalhes do Produto
- Editora: Assírio & Alvim
- Coleção: A Phala
- Categorias:
- Ano: 2003
- ISBN: 9789723708455
- Capa: Brochada
Sinopse
Em O Que Há-de Voltar a Passar o leitor perde-se, como num livro de aventuras, no lugar e na memória do narrador e do seu Jano, a figura de duas faces que, ao olhar para trás, o faz seguir em frente. E assim surgem apetecíveis cerejas e begónias saídas de um recanto do jardim de Proust, um poema de William Carlos Williams, descrições do fracasso, da dor física, “coisa tão íntima, tão absurdamente vexatória”. Assim se percorre a geografia melancólica desta narrativa, encontrando-se “o que sabemos” e “o que há-de voltar a passar”.
Neste livro sobre a escrita, sobre um escritor, edifica-se uma pequena teoria sobre o romance, tornando-se este, à semelhança do descrito no Quarteto de Alexandria de Durrell, em cidade transformada em mundo, quando nos apaixonamos por um dos seus habitantes.
“Um dia perguntei a Jano quem era e ao que vinha. Jano, que é um animal político disfarçado de toutinegra, deu uma gargalhada: ‘Eu sou a tua mão direita, a que escreve. Já reparaste que tens a esquerda tolhida?’ Ou, então: ‘Eu sou a tua mão esquerda, a que te vê escrever. Já reparaste como a tua mão direita está tolhida de pensamento, absorta na acção?’ E, como a resposta não me satisfizesse, especificou, preocupado: ‘Eu sou o que olha para trás e te faz seguir em frente’.