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Sinopse

Como na noite em que Walter Dias visitou a filha, de novo os seus passos se detêm no patamar, descalça-se rente à parede com a agilidade duma sombra, prepara-se para subir a escada, e eu não posso dissuadi-lo nem detê-lo, pela simples razão de que desejo que atinja rapidamente o último degrau, abra a porta sem bater e entre pelo limiar apertado, sem dizer uma palavra. E foi assim que aconteceu. Ainda o tempo de reconstruir esses gestos não tinha decorrido, e já ele se encontrava a meio do soalho segurando os sapatos com uma das mãos. Chovia nessa noite distante de Inverno sobre a planície de areia,e o ruído da água nas telhas protegia-nos dos outros e do mundo como uma cortina cerrada que nenhuma força humana poderia rasgar. De outro modo, Walter não teria subido nem teria entrado no interior do quarto.   Lídia Jorge nasceu em 1946, no Algarve. Da sua vasta obra destacam-se os romances O Dia dos Prodígios (1980), O Cais das Merendas (1982), Notícia da Cidade Silvestre (1984), A Costa dos Murmúrios (1988), adaptado ao cinema num filme de Margarida Cardoso, O Jardim sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), Combateremos a Sombra (2007) e o romance A Noite das Mulheres Cantoras (2011). A sua obra encontra-se traduzida em muitas línguas e países, sendo recebida pelos críticos nacionais e internacionais com grande interesse. Pelo conjunto da sua obra foi vencedora do prestigiado prémio da Fundação Günter Grass, na Alemanha, ALBATROS (2006) e do Grande Prémio Sociedade Portuguesa de Autores – Millennium BCP.


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Autor

Lídia Jorge

Romancista e contista portuguesa. Nasceu em 1946, no Algarve. Viveu os anos mais conturbados da Guerra Colonial em África. Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. É professora do ensino secundário e publica regularmente artigos na imprensa. O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central da obra de Lídia Jorge, como, por exemplo, em Notícia da Cidade Silvestre (1984) e A Costa dos Murmúrios (1988). O Dia dos Prodigíos (1979), outro romance de relevo, encerra uma grande capacidade inventiva, retratando o marasmo e a desadaptação de uma pequena aldeia algarvia. O Vento Assobiando nas Gruas (2002) é mais um romance da autora e aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. Este seu livro venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2003.
Venceu o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020.

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