Derek Walcott
Derek Walcott nasceu a 23 de Janeiro de 1930 na cidade de Castries, em Santa Lúcia, ilha vulcânica das Pequenas Antilhas, nas Caraíbas.
Mal conheceu o pai, que morreu jovem, mas dele herdou o talento para a poesia e a pintura. Foi a mãe, professora primária, que o encorajou a aventurar-se pelos ofícios a que dedicaria toda a vida. Com a ajuda dela, Walcott publicou os dois primeiros livros de poemas aos dezoito anos, que venderia a amigos.
Uma bolsa de estudos levou-o à Jamaica, onde estudou Literatura Inglesa, e aí escreveu as primeiras peças de teatro. Instalou-se depois em Trinidad, trabalhando como crítico de teatro e arte, professor e jornalista. Juntamente com o irmão gémeo, Roderick Walcott, fundou a companhia de teatro Trinidad Theatre Workshop, que produziu muitas das suas primeiras peças.
Em 1957, recebeu uma bolsa da Fundação Rockefeller para estudar teatro na cidade de Nova Iorque. Daí em diante, passou a dividir o seu tempo entre Trinidad, Santa Lúcia e os Estados Unidos, onde leccionou Poesia e Literatura na Universidade de Essex, de Columbia e de Boston. Nesta cidade, viria a fundar ainda o Boston Playwrights’ Theatre.
Walcott é talvez mais conhecido pela sua poesia, profundamente influenciada pela experiência de crescer numa ilha marcada pelo colonialismo, mas em que enaltece também quer a beleza natural quer a cultura caribenhas. A dramaturgia esteve porém sempre presente na vida de Walcott, que escreveu cerca de trinta peças, onde perseguiu as mesmas temáticas; a herança cultural e popular das Caraíbas e as relações coloniais.
No seu poema épico Omeros, de 1990, Walcott parte da Ilíada e suas personagens, adaptando-as ao cenário caribenho do século XX, para contar a história da ilha e seus pescadores, para evocar o seu passado colonial, o legado da escravatura e as raízes africanas.
Entre os diversos prémios que recebeu, incluem-se o Prémio T. S. Eliot, o Prémio da Sociedade Real de Literatura e o Prémio Obie. Em 1992, Walcott tornou-se o primeiro escritor caribenho a receber o Prémio Nobel de Literatura, «por uma obra poética de grande luminosidade, sustentada numa visão histórica, fruto de um compromisso multicultural».
Derek Walcott morreu a 17 de Março de 2017, em Santa Lúcia, com oitenta e sete anos.
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