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Os Desmandos de Violante

Vasco Graça Moura

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Sinopse

A novela Os Desmandos de Violante é a terceira parte de uma sequência iniciada por Vasco Graça Moura em 2008, com O Pequeno-Almoço do Sargento Beauchamp, a que se seguiu, em 2010, O Mestre de Música. Este ciclo narrativo, cuja acção decorre entre 1807 e 1814, perfaz uma trilogia a que o autor resolveu dar o título genérico de O vermelho e as sombras.
Para melhor compreensão desse título do conjunto, se dirá que o «vermelho» funciona como metáfora de tempos de guerra, sangue e violência, como o foram os das Invasões Francesas em Portugal, e presta ao mesmo tempo uma homenagem que se pretende evidente e literal ao Stendhal de Le Rouge et le Noir.
Por sua vez, as «sombras» quereriam ser a sugestão quase cinematográfica do comportamento e da movimentação de algumas personagens — figuras da aristocracia, das artes (em especial da música), do clero e do povo — , que se envolvem em estranhas situações e se vão recortando contra aquele fundo de convulsão social e política rapidamente aludido.
Como se diz no subtítulo, esta é «uma novela amoral». Não relata casos edificantes, nem procura dar conta de soluções éticas ou castigos exemplares para os comportamentos e desregramentos das suas personagens, nem sempre conformes aos bons costumes.
Nas três partes que formam a trilogia, encadeia-se uma história de paixões, amores e desamores, ódios, ambições, crueldades, aventureirismos e indiferenças, que se desenvolvem em rápido ritmo narrativo, numa escrita muito pessoal e desinibida que privilegia as peripécias sucintas e as situações de desfecho inesperado.

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Autor

Vasco Graça Moura

Personagem polifacetada da vida cultural portuguesa (Foz do Douro, 3 de Janeiro de 1942 ? Lisboa, 27 de Abril 2014). Poeta, romancista, ensaísta, tradutor, foi secretário de Estado de dois Governos provisórios, desempenhou funções diretivas na RTP, na Imprensa Nacional e na Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Em 1999, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. Para ele, a poesia "é uma questão de técnica e de melancolia", crescendo d' A Furiosa Paixão pelo Tangível através de uma densa rede metafórica que combina a intertextualidade, relacionada especialmente com Camões, Jorge de Sena, Dante, Shakespeare e Rilke, objetos privilegiados de estudo deste autor, e uma tendência ironicamente discursivista assente na agilidade sintática. É autor de três ensaios sobre Camões: Luís de Camões: Alguns Desafios (1980), Camões e a Divina Proporção (1985) e Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000). Em 1996, a sua obra foi reunida em volume. Dos títulos deste autor, podemos salientar Concerto Campestre, os romances Quatro Últimas Canções (1987) e Meu Amor Era de Noite (2001), os livros de poesia Uma Carta no Inverno, que lhe valeu o prémio da APE, e Poemas com Pessoas (ambos de 1997). Recebeu o Prémio Pessoa em 1995 e a medalha de ouro da Comuna de Florença em 1998, ambos atribuídos à sua tradução da Divina Comédia de Dante.

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