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Os Lusíadas e a Visão Herética

Luís Vaz de Camões, Jorge de Sena

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Detalhes do Produto

Sinopse

Com a publicação desta edição de Os Lusíadas, acompanhada por dois textos de Jorge de Sena, que oferecem ao leitor uma Visão Herética daquele que Sena considerava ser o maior poeta em português, a Guerra e Paz editores quer assinalar e comemorar o 5.º centenário do Nascimento de Camões, nascimento que terá ocorrido em dia incerto, entre 1524 e 1525.

Durante mais de 30 anos, Jorge de Sena fundiu-se, crítica e criativamente, com Luís de Camões e com Os Lusíadas, escrevendo milhares de páginas de análise e de profunda e humaníssima emoção, projectando o poeta além do mero academismo, além de visões nacionais ou patrióticas, além até dos limites da língua portuguesa. Por isso, escolheram-se dois textos exemplares seus para enquadrar esta edição que resgata Os Lusíadas de visões paroquiais e dos «imensos desertos que a má retórica ou a erudição acumularam», perdendo o medo de penetrar nesse grande épico e escutar-lhe o seu extraordinário pensamento.

Esta é, portanto, e pelas razões expostas, uma edição rara de Os Lusíadas. Celebração de Luís de Camões, mas também celebração da perseverante diligência crítica com que, por 30 anos, Jorge de Sena amorosamente intelectualizou e conceptualizou as emoções poéticas que Os Lusíadas encerram.


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Autor(es)

Luís Vaz de Camões

Poeta nacional de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da literatura ocidental. Pouco sabe-se ao certo sobre a sua vida, tendo nascido em Lisboa de uma família de pequena nobreza e recebido sólida educação nos moldes clássicos. Frequentou a corte de Dom João III como cortesão e após o término de um amor frustrado, alistou-se como militar, aonde vem a perder um dos olhos em uma batalha em África. Ao retornar a Portugal, feriu um servo do Paço, foi preso e partiu para o Oriente. Lá, enfrentou uma série de adversidades, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista “Os Lusíadas”. De volta à pátria, publicou a sua obra e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas em seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades financeiras. Após a sua morte a sua obra lírica foi reunida em coletânea e começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da pátria e é referência para toda a comunidade lusófona internacional. É considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

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Jorge de Sena

Jorge de Sena nasce em Lisboa, a 2 de Novembro de 1919. Filho único, torna-se aos catorze anos o único sustento da família quando o pai, comandante da marinha mercante, sofre um acidente de trabalho que lhe custa a amputação de uma perna. Ingressa, em 1937, na Escola Naval, mas é expulso no ano seguinte, após uma viagem no navio-escola Sagres, como primeiro cadete. Porém, a experiência na Armada, à época da Guerra Civil de Espanha, e do crescimento do Estado Novo em Portugal, deixa marcas que viria a transpor para a sua obra. É o caso dos contos «Duas Medalhas Imperiais com Atlântico» [Andanças do Demónio, 1966], e «A Grã-Canária» [Os Grão-Capitães, 1976].

Acaba por seguir estudos em Engenharia Civil, curso que termina em 1944, no Porto. Já dera, porém, os primeiros passos na poesia, publicando o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, em 1942, editado pelos Cadernos de Poesia. Em 1949, casa com Mécia de Freitas Leça, altura em que acumula as tarefas de engenheiro civil na Junta Autónoma de Estradas com as de tradutor, director-literário e revisor.

Em 1959, na sequência do seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado, a 11 de Março, procura exílio no Brasil, onde lecciona primeiro Teoria da Literatura, e depois Literatura Portuguesa. Aí obtém o diploma em livre-docência, para o qual se naturaliza brasileiro, em 1963, e o doutoramento em Letras. São anos de grande produção para Jorge de Sena; investiga sobre o Maneirismo de Luís de Camões, estuda Fernando Pessoa, escreve peças de teatro e as obras Metamorfoses e Andanças do Demónio, onde se inclui inicialmente O Físico Prodigioso. Inicia a redacção de Sinais de Fogo.

O golpe militar no Brasil, em 1964, leva-o em busca de uma oportunidade para abandonar a instável situação política brasileira. Parte para os Estados Unidos em 1965, com Mécia de Sena e os nove filhos de ambos.

Jorge de Sena exerce nos Estados Unidos o cargo de professor catedrático do Departamento de Espanhol e Português, primeiro no Wisconsin, e mais tarde em Santa Barbara, na Califórnia, onde se manterá até ao fim da vida, a 4 de Junho de 1978.

Dizer que Jorge de Sena nos deixou uma obra de fôlego é, além de um cliché, dizer pouco. O Sena poeta legou-nos mais de vinte colectâneas de poesia; o Sena dramaturgo deixou-nos uma dezena de peças de teatro; na ficção, escreveu um romance autobiográfico e mais de trinta contos; o Sena professor, investigador e crítico deixou-nos cerca de quarenta volumes dedicados à crítica, ao ensaio, à história e teoria literária, ao teatro, ao cinema e às artes plásticas. Jorge de Sena foi ainda conferencista; director de publicações; coordenador editorial; consultor literário; e nos intervalos desta extensa produção, correspondeu-se com muitos outros escritores e intelectuais, deixando um importante legado epistolográfico.

O Sena tradutor confiou-nos as brilhantes traduções de ficção de autores como Faulkner, Hemingway, Graham Greene, Chestov, Erskine Caldwell, Evelyn Waugh, Eugene O’Neill ou André Malraux. E ainda duas grandes antologias de poesia universal, que editaremos brevemente na Maldoror, uma antologia da poesia de Emily Dickinson, e esta antologia da poesia de Cavafy, que Marguerite Yourcenar, também ela tradutora do poeta, considerava a mais perfeita de todas as traduções da poesia do grego de Alexandria.

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