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Detalhes do Produto

Sinopse

Já não temos muitos dias, amor, e talvez hoje não saibas disso porque a minha voz não te quer proferir a sentença e a minha pele está já coberta pelo terriço das folhas secas, os incensos não conheceram a quentura do pavio porque eu nunca dominei o fogo restam cânticos que são ilusões mas faz o que te peço – não creias nas miragens, este deserto é falso porque a verdade foi demasiado cavada e mesmo esta voz que te escreve são tantas e tão parcas que não saberias que grito escutar nem que cego amparar o remoinho acendeu-se, as algas revoltaram- se e me afagam como me afundam, o deserto acordado me calcinou, a noite me consumiu e dentro de mim o mármore amadureceu – não me deixa dar-te nem os pedaços de um recado violento, solidificam-se-me as cordas vocais quando tento dizerte “não temos muitos mais dias, amor”

Autor

Ondjaki

Ondjaki nasceu em Luanda em 1977. Prosador. Às vezes poeta. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (Oxalá Cresçam Pitangas – Histórias de Luanda). É membro da União dos Escritores Angolanos. Está traduzido em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco e chinês. Prémio Literário Sagrada Esperança 2004 (Angola) e Prémio Literário António Paulouro 2004, com E se Amanhã o Medo (contos); Grande Prémio de Conto «Camilo…

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