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Pais & Filhos

Pedro Penim

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Sinopse

A partir da obra homónima de Ivan Turguéniev.

(Ouve-se «Voice of the Blood» de Hildegard von Bingen. PEDRO encontra-se quase sozinho em cena, apenas acompanhado por um vídeo de Jorge Jácome. Dir-se-ia que PEDRO está tenso. E dir-se-ia também que o espetáculo é, na verdade, uma conferência.)

Pedro — «Autoria é sempre coautoria», escreveu Mario Biagioli (um professor de Direito e Estudos Científicos). Foi ele que escreveu, mas olhando para a frase fica claro que não foi ele que escreveu. Ou pelo menos não escreveu sozinho.

Se por acaso leram o programa deste espetáculo, ou viram o cartaz, saberão (e se não sabem, digo-vos agora) que eu assino a autoria do texto. Mas lá está, não é verdade. Porque, embora seja realmente o meu nome na assinatura, são muitos os pensamentos que geram o conteúdo do espetáculo, são muitas as ideias, paridas por muitos pensadores. Por exemplo, tudo isto que acabei de dizer não fui eu que escrevi, é uma citação. De uma autora inglesa. Uma teórica feminista queer que se chama Sophie Lewis e que, no seu livro, cita o Mario Biagioli. E eu cito a citação porque é justamente de coautoria, de gestação e de parir que este espetáculo trata. Começa com um facto biográfico: há já três anos que eu e o meu marido estamos envolvidos num processo de criar uma nova vida, um processo em que deixo a minha condição identitária única de filho para lhe agregar também a de pai.

E estamos a fazê-lo… no Canadá, através de um método que se chama gestação por substituição (antes conhecido por «barriga de aluguer»), algo complexo e feito em coautoria múltipla: nós os dois, uma dadora de óvulos e uma «mãe de substituição», a gestante, a surrogate. E fazemo-lo no Canadá porque é proibido em Portugal (exceto para casais heterossexuais quando a mulher apresenta uma impossibilidade física de engravidar).

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Autor

Pedro Penim

Pedro Penim (n. 1975 em Lisboa) é encenador, ator e dramaturgo.

O seu trabalho estende-se também à programação, às conferências, à tradução e ao ensino, e já foi apresentado em diversos festivais e temporadas por todo o território português, bem como em diversos países da Europa, América do Sul, Ásia e Médio Oriente. É licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema e tem um mestrado em Gestão Cultural pelo ISCTE. Fundou, em 1995, o coletivo Teatro Praga, companhia emblemática da criação teatral portuguesa contemporânea, com a qual estreou mais de 50 espetáculos, tendo sido agraciado com diversos prémios.

Em 2013, fundou o espaço cultural Rua das Gaivotas 6, em Lisboa, projeto essencial na capital, que acolhe criações de novos artistas, à margem do convencional. O seu trabalho como encenador em nome individual parte habitualmente de aspetos biográficos e tenta complexificar diversos eixos do jogo entre a realidade e a ficção, e hibridizar elementos factuais e teatrais. Como dramaturgo, assinou textos representados em português, inglês, francês, italiano e hebraico, destacando-se as peças Doing It, Before, Tear Gas, Israel, Eurovision, a peça para rádio As Obras no Escuro e Pais & Filhos, a sua última criação, que se estreou no Teatro Municipal São Luiz em 2021.

Recentemente, a sua peça Before serviu de guião ao filme Past Perfect, de Jorge Jácome, integrado na seleção oficial da Berlinale 2019 e recipiente de diversos prémios internacionais de cinema. Fora do Teatro Praga, trabalhou em vários projetos internacionais de artistas e companhias como tg Stan – Bélgica (Point Blank, 1998-2001), Tim Etchells/Ant Hampton – Reino Unido (The Quiet Volume, 2012), Forced Entertainment – Reino Unido (Quizoola!, 2014-2019) e Lola Arias – Argentina (Mis Documentos, 2020). Em 2021, foi nomeado diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

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