Peter Pan é um dos clássicos imortais da literatura universal. Escrito por J. M. Barrie em 1904, como peça teatral, o autor estava longe de sonhar o sucesso que a sua obra iria alcançar.
 Triunfo da infância heróica sobre o mundo adulto, no livro transparece sobretudo a relutância humana em enfrentar a mudança e o desejo de sermos todos eternas crianças.
 A galeria de personagens é inesquecível: Peter Pan, o rapazinho que não queria crescer e que achava que as mães só servem para contar histórias; a cintilante fada sininho, descarada, endiabrada e ciumenta; o sinistro capitão Gancho, cuja mão direita fora decepada e substituída por um gancho; Wendy, a menina a quem Peter Pan ensinou a voar para que pudesse acompanhá-lo à Ilha da Fantasia, onde seria a mãe de todos os rapazes perdidos; o temível crocodilo, fonte de informação horária na ilha; e, enfim, a própria Ilha da Fantasia, habitada por sereias, peles-vermelhas, fadas, piratas e aves encantadas.
 Inúmeras vezes encenada, passada a cinema e a televisão, a versão mais conhecida é a de Walt Disney, sendo a mais fiel à obra de Barrie a de 2004.
 Sir James Matthew Barrie (1869-1937) foi um bem sucedido dramaturgo e novelista escocês. Iniciou a sua carreira como jornalista em Edimburgo e Londres e os seus escritos desta altura, onde esboçava episódios da vida na Escócia, trazem-lhe o primeiro sucesso quando são compilados em 1888. Quatro anos mais tarde surge o reconhecimento como dramaturgo de sucesso que o acompanhará até ao final da vida. Peter Pan, inicialmente escrito para teatro, é disso um bom exemplo.